
terça-feira, 28 de setembro de 2010
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
AS VIAGENS DE GULLIVER de Jonathan Swift (Civilização)
Viajar é nascer e morrer a todo o instante” Victor Hugo
Viajo a uma sugestão de leitura que dita essencial para qualquer estante que se preza. As Viagens de Gulliver de Jonathan Swift (que tem um titulo bastante mais sugestivo e interessante no original, mas que aqui rouba espaço à crónica. Erradamente confundido com um titulo infantil ou juvenil (não sei se será por isso que está no Plano Nacional de Leitura para o 6º Ano de Escolaridade, concordando que lá esteja se conseguir transmitir o verdadeiro significado e alcance da obra, o que não me parece assim tão fácil). Falo por mim, li este magnifico livro quando tinha quinze ou dezasseis anos e voltei a lê-lo após umas boas duas décadas. O que de lá se retira é completamente diferente. É um livro que cresce connosco, e ao qual vamos removendo camadas sobre camadas de ironia e sarcasmo, para lhe ver o sentido real. O mais provável será, se considerarmos este um livro infanto-juvenil, que não lhe retiremos mais do que o primeiro capitulo, o mais conhecido e aproveitado, a viagem a Lilliput, mas seria uma enorme perda não conhecer as outras fantásticas aventuras de Lemuel Gulliver. Logo de seguida temos Brobdingnag, a antítese de Lilliput, também excelente. Temos as viagens seguintes a sítios mais ou menos impronunciáveis, o episodio da ilha voadora, um dos melhores, e para abreviar porque há algumas viagens mais, todas elas deliciosas, fico-me pela minha favorita que é à terra dos Houyhnhnms, uma parábola em que os cavalos se comportam como homens civilizados e os homens (aqui os Yahoo) como uma raça verdadeiramente inferior. A juntar a todos estes motivos, podemos ressaltar um que não é de somenos, o humor, às vezes negro, que Jonathan Swift consegue emprestar à maior parte da obra. Não é uma sugestão que encerre em si uma novidade, mas é um livro que sempre que se lê se encontram novos motivos de interesse. Se não leram, não percam. Se já leram, tentem uma outra vez e darão por vós a ver as mesmas situações de forma diferente. Garanto que vão gostar. Boas Leituras! PARA A SEMANA: NA MESINHA DE CABECEIRA: EL INGENIOSO HIDALGO DON QUIXOTE DE LA MANCHA de Miguel de Cervantes y Saavedra AS BENEVOLENTES de Jonathan Litell (D. Quixote) PEREGRINAÇÃO DE ENMANUEL JHESUS de Pedro Rosa Mendes (D. Quixote) a máquina de fazer espanhóis de valter hugo mae (objectiva) A CASA QUIETA de Rodrigo Guedes de Carvalho |
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
O COMPLEXO DE PORTNOY de Philip Roth (D. Quixote)
“A Sociedade, a familia e o Homem expiam incessantemente a culpa do Homem, da Familia e da Sociedade " Camilo Castelo Branco
Acerca de Philip Roth poderiamos encher várias colunas. Um dos maiores escritores contemporâneos e um dos expoentes máximos da literatura norte- americana do Séc. XX e já deste corrente XXI. Podemos destacar, entre outras obras, «Goodbye, Columbus»(1959), o seu primeiro grande sucesso, o presente «O complexo de Portnoy» (1969), «Pastoral Americana» (1997), «Casei com um comunista» (1998) e «A Mancha humana» (2000), estes ultimos que constituem a sua “trilog1a americana” e que datam da década de 90. Este “O Complexo de Portnoy” é um portento de humor, muitas vezes gráfico demais nas descrições, directo e escabroso, aborda dois temas de forma indissociavel, o sexo e a culpa. Num registo que nos remete para um filme de Woody Allen (é a melhor analogia que posso encontrar, e há de facto muito em comum na obra des dois geniais autores) este relato na primeira pessoa de Alexander Portnoy sobre a sua vida numa familia e comunidade judaica é absolutamente impagável. As obsessões, a compulsão, e as manias de Portnoy, transformam-no, de facto, numa das mais geniais criações literárias de sempre enquanto personagem. Este relato íntimo, num registo confessional, já que é feita ao psicanalista de Portnoy, o Dr. Spielvogel, em que se abordam todas as vissicitudes da vida em familia de Portnoy, com destaque para a omnipresença da figura da mãe e do ambiente familiar que o oprime. Mas sobretudo o sexo, aqui retratado enquanto mania, fazem deste livro algo de absolutamente genial e imperdível. Assim como no titulo do primeiro Capitulo do Livro, também se pode dizer da personagem central que é “A personagem mais inesquecivel que já conheci”. Apesar de decorridas quatro décadas desde a primeira publicação este é daqueles livros realmente intemporais. Para ler. Obrigatóriamente! Boas Leituras!
PARA A SEMANA: AS VIAGENS DE GULLIVER de Jonathan Swift (Civilização)
NA MESINHA DE CABECEIRA:
EL INGENIOSO HIDALGO DON QUIXOTE DE LA MANCHA de Miguel de Cervantes y Saavedra
AS BENEVOLENTES de Jonathan Litell (D. Quixote)
PEREGRINAÇÃO DE ENMANUEL JHESUS de Pedro Rosa Mendes (D. Quixote)
A MÁQUINA DE FAZER ESPANHÓIS de valter hugo mae (Objectiva)
A CASA QUIETA de Rodrigo Guedes de carvalho
terça-feira, 14 de setembro de 2010
Do meu vizinho...
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
A FLORESTA DOS ESPIRITOS de Jean Christophe Grangé (Guerra & Paz)
“O Mal é a ausência do homem no homem" Eugenio de Andrade
Regresso a um dos mais lidos e melhores autores de suspense europeus. Jean Christophe Grangé. Este “A Floresta dos Espíritos” é mais uma confirmação da mestria deste autor em criar e desenvolver enredos sombrios e inquietantes. Volto também a aconselhar a leitura de toda a sua obra, provavelmente o mais conhecido será “Os Crimes dos Rios de Púrpura”, mas todos os seus livros o consagram como um mestre do macabro. O Mal, nas suas mais diversas manifestações é uma constante na obra deste autor, que desce às profundezas da alma humana para retirar descrições e cenários criminais absolutamente dantescos. Neste livro a protagonista (mais uma vez uma mulher, a exemplo de outras obras) é uma juíza, Jeanne Korowa, que por um meio de uma vigilância ilegal se torna conhecedora de factos perturbadores, que lhe dão a identidade do criminoso que aterroriza Paris com os seus crimes brutais. A estória é a de uma perseguição a uma certa ideia de Mal, e desenrola-se até um final surpreendente através da América do Sul. Num registo que faz lembrar uma outra das suas obras, e talvez a minha favorita “O Voo das Cegonhas”, Jean Cristophe Grangé, faz-nos embarcar numa jornada de acção ininterrupta, num enredo onde a floresta dos espíritos nos remete para uma realidade onde o Mal pode ser uma característica genética ancestral. É na busca dessa hipotética raiz da capacidade de infligir dor e medo, que o autor nos acompanha, na visão de uma jovem juíza decidida, por contraponto com a sua vida quotidiana, a emprestar um sentido de missão à investigação que empreende. Os livros de J.C. Grangé são sempre uma aposta certa, com um ritmo de acção acelerado e uma escrita que nos deixa quase hipnotizados e “agarrados” da primeira à última página. Sei que há um último romance dele que ainda não foi editado entre nós: “Miserere”, o qual, por tudo o que aqui tenho dito, aguardo com ansiedade. Para quem gosta de leituras fortes e de enredos com imaginação, mas sobretudo todos, como eu, que gostam acima de tudo que um livro os faça viajar. Estes certamente que o fazem. Boas Leituras!
PARA A SEMANA: O COMPLEXO DE PORTNOY de Philip Roth (D. Quixote)
NA MESINHA DE CABECEIRA:
EL INGENIOSO HIDALGO DON QUIXOTE DE LA MANCHA de Miguel de Cervantes y Saavedra
AS BENEVOLENTES de Jonathan Litell (D. Quixote)
O COMPLEXO DE PORTNOY de Philip Roth (D. Quixote)
PEREGRINAÇÃO DE ENMANUEL JHESUS de Pedro Rosa Mendes (D. Quixote)
A MÁQUINA DE FAZER ESPANHÓIS de valter hugo mae (Objectiva)
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
Zaclis Veiga- luz , linha, papel - não dá para ser mais perto?

Os trabalhos de Zaclis revelam sua profunda intimidade com a luz, adquirida pela prática da fotografia – forma de expressão constante da artista.
Fotografou trabalhos feitos com dobraduras em papel, e, a partir do convite feito pela Secretaria Municipal de Esporte e Cultura para mostrar em Castro as fotos e os desenhos feitos em nosso atelier, pesquisou elementos que pudessem remeter à cidade e, assim, escolheu a partitura impressa da valsa “Vem”, de Bento Mossurunga. A partitura adquire, então, a função de suporte para novas experiências. Segundo Zaclis , “a sonoridade da canção de Mossurunga remete a idéia de vôo” e é por isso que recorta secções em forma de v nos papéis dobrados.
Ou seja, da simples proposta do desenho de observação das dobraduras do papel, Zaclis foi além dos contornos das formas. Seu olhar buscou os espaços vazados, registrando em nanquim sobre o branco do papel, a apreensão daquilo que já reside em sua essência: luz, clareza, objetividade.
Leila Pugnaloni
Agosto de 2010
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
Os meus(nossos) 10 melhores livros!!!

terça-feira, 7 de setembro de 2010
Os melhores 100 livros de sempre????

1. Guerra e Paz , Lev Tolstoi, 1869
2. 1984, George Orwell, 1949
3. Ulisses, James Joyce, 1922
4. Lolita, Vladimir Nabokov, 1955
5. O Som e a Fúria, William Faulkner, 1929
6. O Homem Invisível, Ralph Ellison, 1952
7. Rumo ao Farol, Virginia Woolf, 1927
8. Ilíada e Odisseia, Homero, século VIII a.c.
9. Orgulho e Preconceito, Jane Austen, 1813
10. A Divina Comédia, Dante Alighieri, 1321
11. Os Contos de Cantuária, Geoffrey Chaucer, século XV
12. As Viagens de Gulliver, Jonathan Swift, 1726
13. A Vida Era Assim em Middlemarch, George Eliot, 1874
14. Quando Tudo se Desmorona, Chinua Achebe, 1958
15. À Espera no Centeio, J. D. Salinger, 1951
16. E Tudo o Vento Levou, Margaret Mitchell, 1936
17. Cem Anos de Solidão, Gabriel García Márquez, 1967
18. O Grande Gatsby, Scott Fitzgerald, 1925
19. Catch 22, Joseph Heller, 1961
20. Beloved, Toni Morrison, 1987
21. As Vinhas da Ira, John Steinbeck, 1939
22. Os Filhos da Meia-Noite, Salman Rushdie, 1981
23. Admirável Mundo Novo, Aldous Huxley, 1932
24. Mrs. Dalloway, Virgínia Woolf, 1925
25. O Filho Nativo, Richard Wright, 1940
26. Da Democracia na América, Alexis de Tocqueville, 1835
27. A Origem das Espécies, Charles Darwin, 1859
28. Histórias, Heródoto, 440 a.c.
29. O Contrato Social, Jean-Jacques Rosseau, 1762
30. O Capital, Karl Marx, 1867
31. O Príncipe, Nicolau Maquiavel, 1532
32. Confissões, Santo Agostinho, século IV
33. Leviatã, Thomas Hobbes, 1651
34. História da Guerra do Peloponeso, Tucídides, 431 a.c.
35. O Senhor dos Anéis, J.R.R. Tolkien, 1954
36. Winnie The Pooh, A. A. Milne, 1926
37. O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa, C. S. Lewis, 1950
38. Passagem para a Índia, E. M. Forster, 1924
39. Pela Estrada Fora, Jack Kerouac, 1957
40. Por Favor Não Matem a Cotovia, Harper Lee, 1960
41. A Bíblia Sagrada
42. Laranja Mecânica, Anthony Burgess, 1962
43. Luz em Agosto, William Faulkner, 1932
44. As Almas da Gente Negra, W. E. B. Du Bois, 1903
45. Vasto Mar de Sargaços, Jean Rhys, 1966
46. Madame Bovary, Gustave Flaubert, 1857
47. O Paraíso Perdido, John Milton, 1667
48. Anna Karenina, Lev Tolstoi, 1877
49. Hamlet, William Shakespeare, 1603
50. Rei Lear, William Shakespeare, 1608
51. Otelo, William Shakespeare, 1622
52. Sonetos, William Shakespeare, 1609
53. Folhas de Erva, Walt Whitman, 1855
54. As Aventuras de Huckleberry Finn, Mark Twain, 1885
55. Kim, Rudyard Kipling, 1901
56. Frankenstein, Mary Shelley, 1818
57. Song of Solomon, Toni Morrison, 1977
58. Voando Sobre um Ninho de Cucos, Ken Kesey, 1962
59. Por Quem os Sinos Dobram, Ernest Hemingway, 1940
60. Matadouro Cinco, Kurt Vonnegut, 1969
61. O Triunfo dos Porcos, George Orwell, 1945
62. O Deus das Moscas, William Golding, 1954
63. A Sangue Frio, Truman Capote, 1965
64. O Caderno Dourado, Doris Lessing, 1962
65. Em Busca do Tempo Perdido, Marcel Proust, 1913
66. À Beira do Abismo, Raymond Chandler, 1939
67. Na Minha Morte, William Faulkner, 1930
68. O Sol Nasce Sempre (Fiesta), Ernest Hemingway, 1926
69. Eu, Cláudio, Robert Graves, 1934
70. Coração, Solitário Caçador, Carson McCullers, 1940
71. Filhos e Amantes, D. H. Lawrence, 1913
72. All The King's Men, Robert Penn Warren, 1946
73. Go Tell It on The Mountain, James Baldwin, 1953
74. A Menina e o Porquinho, E. B. White, 1952
75. O Coração das Trevas, Joseph Conrad, 1902
76. Noite, Elie Wiesel, 1958
77. Corre, Coelho, John Updike, 1960
78. A Idade da Inocência, Edith Wharton, 1920
79. O Complexo de Portnoy, Philip Roth, 1969
80. Uma Tragédia Americana, Theodore Dreiser, 1925
81. O Dia dos Gafanhotos, Nathanael West, 1939
82. Trópico de Câncer, Henry Miller, 1934
83. O Falcão de Malta, Dashiell Hammett, 1930
84. Mundos Paralelos, Philip Pullman, 1995
85. Death Comes for the Archbishop, Willa Cather, 1927
86. A Interpretação dos Sonhos, Sigmund Freud, 1900
87. A Educação de Henry Adams, Henry Adams, 1918
88. O Livro Vermelho, Mao Tsé Tung, 1964
89. As Variedades da Experiência Religiosa, William James, 1902
90. Reviver o Passado em Brideshead, Evelyn Waugh, 1945
91. A Primavera Silenciosa, Rachel Carson, 1962
92. A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda, John Maynard Keynes, 1936
93. Lord Jim, Joseph Conrad, 1900
94. Goodbye to All That, Robert Graves, 1929
95. A Sociedade da Abundância, John Kenneth Galbraith, 1958
96. O Vento nos Salgueiros, Kenneth Grahame, 1908
97. A Autobiografia de Malcolm X, Alex Haley e Malcolm X, 1965
98. Eminent Victorians, Lytton Strachey, 1918
99. A Cor Púrpura, Alice Walker, 1982
100. Memórias da Segunda Guerra Mundial, Winston Churchill, 1948
sexta-feira, 3 de setembro de 2010
O MARIDO PERFEITO MORA AO LADO de Felipe Pena (Record)
"A ilusão é uma fé desmedida" Honoré de Balzac
Este livro viajou desde o Brasil, e foi-me oferecido pela minha querida amiga Zaclis de Curitiba . Por casualidade já tinha ouvido falar do livro, e também tinha achado piada ao titulo, que é bastante sugestivo, por sinal. A estória é muito bem estruturada, com alguns momentos geniais. Passa-se numa Universidade e cruza professores e alunos de Psicologia com um enredo policial bastante interessante. Tem personagens muito bem caracterizadas e um fio condutor muito linear. Podia correr o risco de se transformar numa leitura mais pesada se o autor não soubesse contornar com estilo, a tentação de utilizar uma via mais académica na escrita. Apesar de nos levar para um universo onde a análise psicologica é rainha, não caí nesse excesso, pelo contrário, é uma escrita bastante coloquial e fluida. O que, convenhamos, é o que se pretende de um livro, no meu caso, pelo menos. Na minha opinião, se é que me posso atrever a tanto, estamos perante um autor com enormes possibilidades de vir a escrever romances policiais de grande gabarito. Está lá tudo. Há uma ou mais personagens que já encaixam tipicamente no género, Pastoriza e Rogério, entre outros. Há neste livro, pelo menos, matéria que o sugere. Muitio claramente. Posso entender que não seja esse o caminho do autor, até porque o que se pretende aqui é mais do que isso. É mostrar que “the grass is always greener on the other side” e explorar com bastante humor, diga-se, a eterna insatisfação das gentes. Mas é pena (Felipe Pena) que o próximo não seja assumidamente um policial. Digo isto em claro proveito próprio, eu que sou um “aficionado” da boa escrita e dos bons romances policiais. Gostei e recomendo. É a prenda perfeita para oferecer o vizinho do lado. Quando estiver publicado em Portugal, bem entendido. Até lá, podem sempre pedir em www.livrariasaraiva.com.br. Boas Leituras!
PARA A SEMANA: A FLORESTA DOS ESPIRITOS de Jean Christophe Grangé (Guerra & Paz)
NA MESINHA DE CABECEIRA:
EL INGENIOSO HIDALGO DON QUIXOTE DE LA MANCHA de Miguel de Cervantes y Saavedra
AS BENEVOLENTES de Jonathan Litell (D. Quixote)
O COMPLEXO DE PORTNOY de Philip Roth (D. Quixote)