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A mostrar mensagens de setembro, 2013

A PRIMAVERA HÁ-DE CHEGAR, BANDINI de John Fante (AHAB)

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“Só uma raiva, no entanto, é bendita: a dos que precisam” Clarice Lispector De John Fante ainda não tinha lido nada. Para além de muito boas referências, de entre as quais as de Bukowski, que de Fante dizia ser este o “seu Deus”, estava apenas curioso. E foi na Feira do Livro Independente, que, entre muitas outras fantásticas obras que essa magnifica iniciativa proporcionou, que me deixei tentar. Fui, desta vez pelo início, este livro, de 1938, integra um conjunto denominado “O Quarteto Bandini”, que cruza a inteira obra de John Fante. Não sei o que as leituras de Fante que se lhe seguirão me reservam, sim, porque depois de ler, este não fico minimamente satisfeito, preciso de mais. A história, que por coincidência tem, em alguns aspetos, traços de alguma similitude com a de “Augie March” aqui sugerida na semana passada, é no entanto marca de um autor que tem um traço muito próprio e singular. A história da família Bandini, um casal com três filhos rapazes, é-nos contada de uma

Vindima de Setembro

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AS AVENTURAS DE AUGIE MARCH de Saul Bellow (Quetzal)

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“O Homem é a medida de todas as coisas”” Platão Saul Bellow era um daqueles grandes autores de sempre que me andava a escapar há tempo demais. Há um par de anos atrás, por gentileza de uma querida amiga, entrei na sua obra, facto pelo qual lhe ficarei para sempre grato. Antes de entrar no livro propriamente dito, e que livro, há que dizer que o que mais me impressiona em Saul Bellow é a espantosa capacidade de interpretação do mundo e de todos nós suas personagens. Há escritores com uma perceção dos pequenos dramas humanos que vão muito para além do normal. Diz-se sempre que a realidade ultrapassa a ficção, mas o contrário é verdade muito mais vezes. E no caso da escrita de Bellow, o poder descritivo é de tal magnitude que pessoas, paisagens e situações, tornam-se aos nossos olhos essa mesma realidade que, nestas páginas se ultrapassa a si própria. Destas “Aventuras de Augie March” já muitos falaram e escreveram, muito melhor que eu alguma vez o poderei fazer, mas posso acrescen

Feira do Livro Independente

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Hoje conforme prometido a mim próprio fui à vila das Caldas das Taipas ao muito particular espaço dos "Banhos Velhos" para ter uma magnifica surpresa. Muitas editoras e obras que passam com alguma dificuldade no circuito comercial normal, a par de muitas que só mesmo em certames deste género se conseguem ver e adquirir. Com o privilégio de ter o sempre excelente e entusiasta Duarte da Silva Pereira a oferecer uma visita guiada a um sem número de livros maravilhosos. Se puderem, não hesitem e vão. Para além de tudo há preços mais do que convidativos. O amigo que me acompanhou trouxe dois sacos cheios de pequenas jóias. Já eu, apesar de mais parco na escolha também não vim de mãos a abanar. Excelente a todos os níveis, a escolha do espaço, a presença de editoras e obras e o ambiente que tudo isto gera. Uma iniciativa a pedir continuação sem grandes demoras. Parabéns a todos os organizadores e colaboradores desta pequena no tamanho mas enorme no efeito Feira do Livro Independen

A LIVRARIA NOITE E DIA DO SENHOR PENUMBRA de Robin Sloan (Bertrand)

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“A máquina tecnologicamente mais eficiente que um homem jamais inventou é o livro” Northorp Frye Uma obra bastante interessante e divertida que resultou de uma busca aleatória aos escaparates da FNAC. Um livro muito simpático e interessante que reúne uma série de elementos que me são bastante agradáveis. Em primeiro lugar, é um livro que presta uma homenagem aos livros em si, é uma espécie de declaração de amor bibliófila do autor. Uma história bem montada e com inúmeros ingredientes engraçados. Mistura com grande habilidade a conjuntura recessiva atual, em que o protagonista perde o emprego como designer web, para conseguir um part-time a horas mortas na livraria que dá titulo à obra "A Livraria Noite e Dia". Aí, vai encontrar um enigma para resolver que fará entrecruzar na trama duas abordagens, uma antiga e, digamos analógica e outra atual e digital para o resolver. As personagens modernas fazem parte do nosso quotidiano, onde avulta uma programadora do Google (moto

INFERNO de Dan Brown (Bertrand)

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“Acredito que estou no Inferno, portanto estou nele” Arthur Rimbaud Mais um regresso após a habitual pausa de Agosto. Como ainda nos mantemos neste Verão sufocante de calor e incêndios a desmentir com todas as letras as previsões boateiras que davam este estio como perdido, vamos a uma sugestão tipicamente estival. De Dan Brown penso que não será necessário adiantar muito, toda a gente que lê, conhece ou já ouviu falar no autor de “O Código Da Vinci”. No seio de uma imensa oferta de livros que visam um entretenimento mais ou menos inteligente, este autor destaca-se pela descoberta de uma fórmula de sucesso que tem vindo a reproduzir livro após livro. A personagem, Robert Langdon, que já se tornou uma marca comercial e cinematográfica volta a protagonizar mais esta aventura. Se Brown trouxe com assinalável sucesso para a ribalta os temas do hermetismo, esoterismo, dos cultos e seitas mais ou menos discretos com obras anteriores, já este livro é uma espécie de corrida para salva