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A mostrar mensagens de março, 2011

"Roubados" à estante paterna...

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O Filho Eterno de Cristovão Tezza (Record)

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“O verdadeiro amor é como a aparição dos espíritos: toda a gente fala dele, mas poucos o viram ” FRANÇOIS LA ROCHEFOUCAULD Obrigado querida Zaclis, por mais este excelente livro. Venho reparando que Curitiba é pátria literária de alguns autores realmente interessantes, e que sem a ajuda desta minha amiga, dificilmente chegaria a conhecer. Apesar de profusamente premiado, se não tenho a sorte de ter alguns “friends in high places”, teria perdido a oportunidade de ler este livro, e por consequencia conhecer a escrita de Cristovão Tezza, que muito me surpreendeu pela positiva. É um livro assombroso que lida com uma questão que a maior parte das vezes vemos escondida, o drama de um pai de uma criança com Sindrome de Down. O primeiro impacto quanto sabemos do tema é o de pensar que viria por aí mais um calvário particular pincelado de lamechices e penas várias. Erro. É uma narrativa muito bem conseguida e que nos leva a acompanhar as diferentes etapas na vida de um pai atípico. É baseado

O Crime do Padre Amaro de Eça de Queiróz (Edição com ilustrações de Paula Rego)

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“A única maneira de nos livrarmos da tentação é ceder-lhe ” OSCAR WILDE Esta semana por motivos vários, não foi muito produtiva em termos de leitura. Também acontece. Sendo assim, volto a sugerir livros lidos de há muito e que, de uma outra forma se tornaram importantes para mim. Eça de Queiroz, é para mim, e de longe, o autor português que mais prazer sempre me deu ler. Há excepções pontuais neste ranking de autores lusófonos, mas não é este o tema de hoje. O Crime do Padre Amaro é um livro bem ilustrativo do poder de Eça de retratar ambientes e personagens com uma mestria ímpar. Tudo se nos afigura verdadeiro e credível. A história se bem que conhecida, fruto da polémica com a Igreja que gerou a publicação deste romance, merece, como aliás tudo o que Eça produziu, ser lida. Em versão original, e não “lida” no cinema como agora fazem alguns que se manifestam conhecedores da obra. Só um pequeno aparte sobre um filme de 2005 baseado na história desta obra: é de fugir. Um pavor! Nem as

As Benevolentes de Jonathan Litell (Dom Quixote)

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“ O mal não deve ser imputado apenas àqueles que o praticam, mas também àqueles que poderiam tê-lo evitado e não o fizeram ” TUCÍDIDES Este é um livro que não se descreve com facilidade. São 900 páginas de leitura muitas vezes pesada pelo conteúdo, e demorada por factores vários. Jonathan Litell, opta por descrever pela memória de Max Aue, um Nazi confesso, oficial das SS, em discurso directo o percurso da II Guerra Mundial por este vivida. É uma descida ao mal, narrada por um actor no terreno que, é, ele próprio, um caso de amoralidade fora do comum. Litell escolhe, o que nem sempre se torna muito agradável, fazer descrições quase exaustivas da burocracia alemã, da nomenclatura militar e, na imaginada primeira pessoa de Aue encontramos presente uma vivência muito nitida do Holocausto. É, apesar de tudo um livro que não gera consensos, parece-me que, sobretudo pelo tamanho e não pela qualidade. Damos muitas vezes por nós a distrair da leitura pelo excesso de rigor descritivo, o que,

SARGENTO GETÚLIO de João Ubaldo Ribeiro (Edições Nelson de Matos)

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“ Nunca devemos mudar de cavalo no meio do rio ” ABRAHAM LINCOLN Pode-se dizer que às vezes os livros são como as cerejas, uns puxam os outros. Assim aconteceu com este fenomenal “Sargento Getúlio” de João Ubaldo Ribeiro. Explicando. Foi na leitura de “Tempo Contado”, diário literário de J. Rentes de Carvalho, que este, se lhe referiu em termos pouco menos que entusiáticos. Ora, estando eu neste momento em fase de profunda admiração pela obra de Rentes de Carvalho, nada melhor que aceitar uma sugestão de leitura de tão alta recomendação. Assim fiz, e, estou absolutamente siderado pela dimensão desta obra. João Ubaldo Ribeiro, brasileiro e baiano, é autor de diversas obras das quais tinha já ouvido falar, mas nunca dele tinha lido nada até agora. Cito pela curiosidade que João Ubaldo Ribeiro, é autor da polémica obra “A Casa dos Budas Ditosos”, cuja venda chegou a ser censurada por uma cadeia de hipermercados. Se há publicidade bastante, essa para mim acertou no alvo, passou esse roma

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