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A mostrar mensagens de 2012

O COLECIONADOR DE MUNDOS de Ilija Trojanow (Arkheion)

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“O mundo é cego, e tu vens exactamente dele” Dante Alighieri Esta sugestão vai carregadinha de colesterol J . No meio desta época festiva onde estou certo muitos dos presentes foram livros, fui lendo este que que agora vos aconselho. Apesar de o ambiente económico estar com toda a certeza a afetar as vendas de editores e livreiros, o Natal é sempre um momento especial onde, com maior ou menor dificuldade sempre se encontra um esforço para comprar aquele livro que trazemos debaixo de olho. Há muitas formas de se escrever um grande livro, uma delas e nem sempre a mais fácil é escolher uma boa história e um personagem que tenham existido de facto. No sentido de que a realidade ultrapassa muitas vezes a ficção, há nas histórias que se contam sobre os grandes homens um fascínio particular. “O Colecionador de Mundos” de Ilija Trojanow, agora editado entre nós pela Arkheion, não é nem pretende ser uma biografia típica. É, muito mais um romance que aproveita parte do genial percurs

UMA MORTE SÚBITA de J.K.Rowling (Editorial Presença)

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“Evitai ter vizinhos, se quereis viver em paz com eles” Alphonse Karr Chegamos hoje a uma espécie de marco numérico da publicação desta coluna. Cento e cinquenta sugestões de livros até ao momento. É sempre positivo quando uma ideia nossa se vê concretizada. E neste caso, com pequenas vitórias no propósito que conduziu à publicação destas pequenas indicações semanais de leitura. Com a publicação (nem sempre regular, é a verdade) no blogue com o mesmo nome, vi com grande espanto meu que as principais casas de edição livreira em Portugal me começaram a enviar informação sobre as suas mais recentes publicações e lançamentos. Tive e mantenho, por conta desta coluna contactos com outros leitores, portugueses e não só,  que, sempre que podem me enviam as suas próprias sugestões de leitura, e uma ou outra vez, me fazem saber da sua concordância ou discordância do que por aqui vou indicando. Todo este processo culminou no facto de a Fnac de Guimarães patrocinar esta coluna, sem que

AXILAS & OUTRAS HISTÓRIAS INDECOROSAS de Rubem Fonseca (Sextante Editora)

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“O corpo é um parasita da alma” Jean Cocteau De regresso à leitura de um dos meus favoritos, Rubem Fonseca. Penso não exagerar minimamente se afirmar que este autor se está lentamente a afirmar como uma referência literária para muitos amigos e companheiros de leituras. O que vou ouvindo e conversando sobre livros em trânsito noutras mesinhas de cabeceira confirma-o. Pois mais uma vez aqui venho sugerir uma obra que merece com toda a certeza ser lida e difundida. O registo aqui, é, e aí também está em linha com muitas das obras que tenho tido o prazer e o privilégio de ler recentemente, o conto. Em mais este género Rubem Fonseca prova a sua mestria e reafirma o seu caracter de escritor inconfundível. Ao longo de dezoito contos mais ou menos curtos, vamos mergulhar numa viagem às pulsões mais recônditas do ser humano. Muitas vezes cruel, muitas vezes de um grafismo violento, Rubem Fonseca, revela-nos em cada uma destas personagens simultaneamente marginais e prováveis um mundo d

OS COMBOIOS VÃO PARA O PURGATÓRIO de Hernán Rivera Letelier (Ulisseia)

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“Viajar é nascer e morrer a todo o instante.” Vitor Hugo Mais uma semana e mais um excelente momento de leitura. Uma vez mais seguindo o sábio conselho do meu querido Amigo Miguel Bastos, que tantas e tão boas pistas me tem dado nos últimos tempos. O panorama literário sul-americano, é, a exemplo do continente ele próprio, de uma riqueza inesgotável. Dessa zona tenho recebido pela leitura alguns dos meus melhores momentos de prazer em ler. Não é meu costume misturar numa crónica sobre um livro e um autor determinado as referências que tenho do seu país ou do seu estilo de escrita, o que neste caso é ainda muito mais fácil. Hernán Rivera Letelier, é, como todos os grandes escritores um estilo em si mesmo. Não se confunde. Apesar de algumas paisagens e personagens poderem de alguma forma sequer enquadradas ou integradas num universo local comum, há na obra deste autor uma voz muito própria e que se destaca. Este livro, que não é sequer uma obra muito extensa, é uma maravilha de

TEIA DE CINZAS de Camilla Lackberg (D. Quixote)

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“Mais penosas são as consequências da ira do que as suas causas” Marco Aurélio Volto ao mesmo sítio. Invariavelmente. Começo a pensar que há na minha abordagem a livros e autores uma qualquer teoria da conspiração instalada que, de forma mais ou menos consciente me atrai para o romance policial. Também se pode dar o caso, que não é virgem, de, gostando de um livro de um determinado autor me dedicar a descobrir o respetivo “filão literário”. Bem sei que continua a haver muita e boa gente que coloca o género numa prateleira separada daquela que é genericamente denominada de “literatura séria”, ou pelo menos que não gosta de misturar o género. Eu tenho muitas dúvidas a esse respeito, até porque muitos dos melhores livros que li, independentemente da temática principal, tem algo da construção típica da atmosfera policiária. Toda esta abertura da coluna desta semana pode levar a pensar que o livro desta semana é algo de extraordinário ou grandioso. Não. Nem é o que por aqui se p

Jonas Vai Morrer

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Escrito pelo Edson Athayde em residência artística durante a Guimarães 2012 Capital Europeia da Cultura e gentilmente enviado pelo meu amigo Rodrigo Viana de Freitas. Estou curioso....

DIÁRIO DE INVERNO de Paul Auster (ASA)

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“Se queres um escudo impenetrável, permanece dentro de ti mesmo” Henry Thoreau Para inaugurar um novo ciclo desta coluna semanal de sugestões que tem a partir de agora o patrocínio e contributo da FNAC, um titulo de um autor que nem sempre é consensual para mim. Que há coincidências é bem verdade, basta atentar no que aqui afirmava a semana passada a respeito das biografias e autobiografias, para se ver que as regras são cada vez menos rígidas e os hábitos cada vez menos o que eram. O livro desta semana, é um diário autobiográfico. E, se é verdade que o género me tem sido um pouco alheio, não é menos verdade que ainda hoje me foi aconselhada uma leitura de uma biografia por um amigo. Mercado não faltará certamente. Mas, e para voltar ao objeto desta coluna, e para reafirmar o seu propósito, não estaria aqui a falar desta obra se ela não me tivesse agradado, e tivesse também dúvidas sobre se agradaria a mais alguém. É uma obra muito, muito interessante. Pode sempre perguntar-s

FNAC

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A partir de hoje, a minha coluna semanal "Estante Acidental" que vem sendo publicada no jornal "O Povo de Guimarães" há já cento e quarenta e cinco edições, tem o patrocínio da FNAC. Ao "Povo de Guimarães", à FNAC e sobretudo a quem por aqui vai passando, o meu Muito Obrigado!!! Os livros abaixo são as primeiras ofertas.

Da Imprensa Nacional Casa da Moeda na FABRICA ASA

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VIVER PARA CONTÁ-LA de Gabriel Garcia Marquéz (Dom Quixote)

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“Um homem de letras, que não escreve as suas memórias, tem realmente direito a que os outros lhas não escrevam” Eça de Queirós Um dos géneros que provavelmente menos frequento, dentro das minhas leituras, é, por um qualquer motivo que ainda não consigo identificar, o das biografias. Em conversa com vários dos amigos que comigo partilham o gosto, e também sugestões de leitura, estes parecem ser um tipo de livros que tem de facto alguma simpatia no mercado. Partilhando de início a minha reserva pelo tipo de leitura, não lhe sou completamente estanque. Já tenho lido algumas. Do que tenho lido, prefiro a “subespécie” da autobiografia. Há como em todas as áreas da literatura sempre um intenso debate sobre a maior ou menor veracidade de tudo aquilo que se conta e da forma como se conta. Nada me parece mais normal do que o facto de a revisitação do passado ser feita com base em memórias que são muitas vezes representações mentais que não são rigorosamente o que de facto aconteceu. C

PULP de Charles Bukowski (ALFAGUARA)

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"O fim louva a vida e a noite o dia." Petrarca Mais um presente de Amigos queridos, e neste caso fornecedores de grandes e boas sugestões de leitura também. Charles Bukowski é um autor incontornável do Século XX, e provavelmente um dos americanos mais conhecidos e influentes. No entanto, é também um caso em que o autor é ele próprio tão ou mais visível que a própria obra. É conhecida a carreira literária de Bukowski, mas neste como em alguns casos, a vida do autor determina bastante o resultado dos seus escritos. Charles Bukowski tem uma relação problemática com o álcool desde cedo, e vive sempre à margem dos meios literários, (d)escrevendo sempre a sociedade pelas suas margens. Este “Pulp” é o seu último romance, de uma obra literária que foi sempre de alguma forma assumidamente autobiográfica. Talvez conheçam melhor Bukowski pela sua obra poética, talvez a mais influente da América do Século XX, mas não deixarão com certeza de reconhecer outras, como é o caso de,

Três entradas...

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MAZAGRAN de J. Rentes de Carvalho (QUETZAL)

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"A diferença entre as recordações falsas e as verdadeiras é a mesma que existe entre as jóias: são sempre as falsas que parecem mais reais, mais brilhantes." Salvador Dalí Novo livro de José Rentes de Carvalho. Excelente notícia para quem, como eu, espera ansiosamente cada nova publicação. Desta vez com um ingrediente adicional. O livro deu às livrarias no passado dia 4 de Outubro, estava eu na mais completa ignorância do facto. Como “groupie” devo de facto ser dos menos competentes. J .Ora o que se passa é que, leitor habitual e compulsivo do blogue de Rentes de Carvalho, “Tempo Contado”, era por aí, que normalmente sabia dos lançamentos de novas obras. Como infelizmente o autor resolveu fazer uma pausa nas publicações do blogue, fui apanhado de surpresa. E que surpresa. Não é que, no passado dia 4 de Outubro, que por superior coincidência foi também o dia do meu aniversário, e a minha querida comadre ultrapassou a minha indesculpável ignorância do lançamento,

Recomendações e empréstimo!!!

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Pela mão do Miguel Bastos, fonte de muitas e boas recomendações de leitura!!!!

Presentes de Aniversário !!!!!!

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Excelente colheita!!! Obrigado meus Amigos!!!!

O FANTASMA DE HARLOT de Norman Mailer (ASA)

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"Não há nada em que paire tanta sedução e maldição como num segredo" Soren Kierkegaard A sugestão desta semana é um livro especial. Em primeiro lugar pela importância do autor, Norman Mailer, a par de Tom Wolfe (de quem aqui já sugeri algumas obras) e de Truman Capote como um dos fundadores da não-ficção criativa ou Novo Jornalismo. Duas vezes galardoado com o Premio Pulitzer, tem uma extensa e notável obra. Em segundo lugar pela temática à qual regressarei de seguida. E em terceiro lugar porque é um livro, que na edição que possuo, das Edições Asa, tem mais de 1400 páginas. A história tem como tema e pano de fundo central, uma outra Central, a CIA ( Central Intelligence Agency). É uma história que percorre de forma intima todos os corredores, segredos e vicissitudes da maior agência secreta do mundo. Partindo da visão de um homem e de uma morte (ou desaparecimento) da personagem que dá o nome ao romance Hugh “Harlot” Montague, este livro entra de forma absolu

O CONDE DE MONTECRISTO de Alexandre Dumas

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"A vingança é o manjar mais delicioso, condimentado no Inferno" Walter Scott Percorrendo a lista de livros que por aqui vou sugerindo e olhando para a estante, a estante de facto aqui de casa, assinalo uma outra falha que merece correção imediata. Obrigado que sou, por motivos pessoais e profissionais a uma certa “desaceleração” na minha velocidade de leitura habitual, não quero no entanto deixar de ir sugerindo leituras, que como esta de hoje, são intemporais, e acrescento, de aposta completamente segura. A única dificuldade que se me afigura aqui será no entanto a de encontrar quem nunca tenha lido “O Conde de Montecristo”. É uma obra absolutamente magistral, um clássico a todos os títulos. Ainda conservo os três volumes de uma edição do Circulo de Leitores dos anos oitenta que já por várias vezes reli. É o romance onde impera por excelência o desejo de vingança. A reviravolta do destino que permite ao pobre injustiçado aceder a riquezas fabulosas que lhe dão

PERRY MASON O CASO DAS GARRAS DE VELUDO de Erle Stanley Gardner (Edições ASA)

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"A confiança é a mãe dos grandes actos." Friedrich Schiller Seguindo uma linha de alguma coerência com os propósitos que ditaram a ideia original desta coluna. A sugestão ( e, ressalvo uma vez mais que se trata apenas de sugestões de livros e não de critica ou de análise literária ) de livros que vou lendo ou relendo, ou, que também por conselho de amigos e conhecidos me vão chegando, gostava de deixar aqui mais esta indicação de leitura da obra de Erle Stanley Gardner. Já o fiz e com toda a certeza o voltarei a fazer. Esta semana, a este propósito, trago a primeira obra deste autor e onde surge o celebérrimo Perry Mason pela primeira vez num romance. A sugestão em si é mais emblemática e simbólica, por se tratar de uma obra em que se abre um caminho e se cria um nome que ficará como uma das marcas indeléveis da literatura policial do Séc. XX, do que pelo livro e pela história em si. Não se fique no entanto com a sensação que é uma obra sem interesse ou menor. Nã

O HOMEM DESPEDAÇADO de Gustavo Melo Czekster (Dublinense – Brasil)

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"No conto tudo precisa ser apontado num risco leve e sóbrio: das figuras deve-se ver apenas a linha flagrante e definidora que revela e fixa uma personalidade; dos sentimentos apenas o que caiba num olhar, ou numa dessas palavras que escapa dos lábios e traz todo o ser; da paisagem somente os longes, numa cor unida." Eça de Queirós Antes da sugestão, a história. Este livro, e antecipo já, este delicioso livro, fez o seu caminho atravessando o Atlântico por mão da Lelena Terra Camargo, mentora do blogue “Bípede Falante” e grande divulgadora de Arte e Literatura que venho acompanhando há já alguns anos, por via do acesso ao referido blogue e também pelas redes sociais. Para ela vai desde já o meu sincero e merecido agradecimento. Há poucas coisas tão valiosas na vida como um bom livro, que estão nível de um bom Amigo, mas, infelizmente, nem um nem outros se atravessam na nossa vida com a frequência que desejamos. Este livro, ao qual tenho acesso por privilégio, já que n