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A mostrar mensagens de janeiro, 2010

Mesinha de Cabeceira

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A ROMANA de Alberto Moravia (Ulisseia

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"Fragilidade, o teu nome é mulher!” WILLIAM SHAKESPEARE Suponho que há alturas em que desejamos ardentemente um “livro de férias”, uma estória descontraída, leve, com frescura, que não nos faça pensar muito em muitas coisas. Ou, ao contrário, que nos faça pensar em céus mais azuis e climas mais quentes. Fruto do Inverno, certamente. Até porque quem lê sem prazer, não lê realmente, obriga-se a qualquer outra coisa. Opiniões minhas, claro. Isto para dizer que este não é um “livro de férias” (também, não é suposto que seja). Alberto Moravia, um dos grandes escritores italianos do Sec XX, acreditava, e praticava uma mistura entre literatura e vivência politico-social. Foi, até ao fim, uma das referências da esquerda italiana, e, por vezes, temos a sensação de que a esquerda é mais dura consigo própria, naquilo que se propõe viver e, neste particular, escrever. Este livro “A Romana” é um exemplo do que Moravia sente relativamente à realidade do seu tempo. É um retrato muito próximo e c

RELATO DE UM NÁUFRAGO de Gabriel Garcia Márquez (Edições ASA)

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“O fogo é a prova do ouro; a adversidade, dos homens fortes” SÉNECA Uma pequena grande descoberta, (para mim, claro). Este livro que integra a colecção “Pequenos Prazeres” das Edições ASA. É um relato jornalistico de uma estória verdadeira, cuja publicação o autor classifica de certa forma como “forçada”, na Introdução, afirmando, que não é publicada pelo valor intrinseco mas sim pelo nome de quem a assina, o seu, Gabriel Garcia Marquez. Que me perdoe a modéstia do autor, mas é, de facto um pequeno grande livro. A estória é originalmente publicada em fasciculos num jornal Colombiano e gera grande polémica e mesmo consequências para o autor ao contradizer a versão oficial do Governo acerca do acidente com oito tripulantes do contratorpedeiro Caldas da marinha colombiana, em 1955, que origina esta naufrágio. O “relato” própriamente dito, é excepcionalmente bem escrito e tem como fonte um excelente contador de estórias, o próprio naufrago, Luis Alexandre Velasco, que é transfo

HISTÓRIAS EXTRAORDINÁRIAS de Edgar Allan Poe (Leya)

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“O medo segue o crime e é seu castigo” VOLTAIRE Esta semana proponho um livro extraordinário, um conjunto de contos de Edgar Allan Poe, o “pai” do policial, e definitivamente o primeiro a utilizar fortemente o elemento psicológico nos seus escritos. Aliás, uma das suas caracteristicas mais marcantes e distintiva da sua obra é a introdução do elemento subliminar na narrativa. Há sempre alguma coisa por trás do que está a acontecer. Sempre narrados na primeira pessoa, estes contos reunidos em “Histórias Extraordinárias” (originalmente “Tales of the Grotesque and Arabesque” traduzido para francês como “Histoires Extraordinaires” por Baudelaire) são uma primeira abordagem a um mundo de personagens profundamente afectadas por forte sentimentos de insanidade e doença, capazes dos actos mais vis. Há uma profundidade na abordagem do mal, e do mal que temos dentro de nós. Há inclusivamente um destes contos “O Demónio da Perversidade” em que edgar Allan Poe, antes de entrar na narrativa propriam

CAMINHOS DE GLÓRIA de Jeffrey Archer (Publicações Europa-América)

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“Os homens são como as estrelas; alguns geram a sua própria luz enquanto outros refletem o brilho que elas recebem” José Martí Jeffrey Archer, Cavaleiro do Império Britânico e o mais jovem membro da Camara dos Lordes, é um dos mais lidos escritores de lingua inglesa. Antes de mais e para que conste, sou em principio contra a catalogação de alguns autores de “Best-Sellers” como produtores de “literatura de aeroporto”. Este é o caso em que a obra o destaca acima de muitos outros, e valha a verdade, há muitos autores pouco lidos, porque simplesmente não são tão bons. Este livro, baseado numa estória veridica e apaixonante, um dos grandes mistérios que subsistem no desporto e na superação humana, a conquista do Evereste, conta-nos a vida de George Mallory, de quem se diz ter sido o primeiro homem a atingir o cume do Evereste, décadas antes de Sir Edmund Hillary, uma polémica que ainda subsiste, com provas e contra argumentos. Mestre na arte de contar estórias, Jeffrey Archer prende-nos da

A Estante no papel

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WineHouse, "Janeiras no Gelo" e Old Jerusalem

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Noite excelente! A Alexandra a encantar os avós. Eu e a Dalila no Wine House (antiga Alfaiataria Damião, conhecido internacionalmente por inventar as "calças sexuais") no Centro Histórico de Guimarães, a degustar uma tábua de "quesos y embutidos" regados com um, para mim, desconhecido branco do Douro, Crasto 2008 (Supimpa!!!), após o que ainda assistimos a um par de actuações de grupos de cantores das "Janeiras" na Praça da Oliveira, que estava tão quente quanto os 1º C, permitiam, e depois um café/digestivo a ouvir uma banda que também não conhecia no Café Concerto do C.C. Vila Flor os "Old Jerusalem", da qual também fiquei cliente. Á meia-noite, como duas Cinderelas, estavamos em casa com o nosso "sapatinho de cristal". Ainda fazem "ratings" sobre a felicidade?!?!?!?!? Não me convidem para votar que eu estrago a média......

Visão Global e Aqui na Terra

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“Não há prazer comparável ao de encontrar um velho amigo, a não ser o de fazer um novo” Rudyard Kipling VISÃO GLOBAL – Conversas para entender o Mundo - de José Cutileiro e Ricardo Alexandre (Prime Books) Visão Global é, antes de mais, um programa de Rádio, que passa na Antena 1 entre as 12 e as 13 horas aos Domingos e onde, a dupla Ricardo Alexandre e o Embaixador José Cutileiro, vão discutindo temas da geopolitica mundial. É pois o fruto destas conversas que passa a livro e cuja leitura se aconselha. É muito mais do que meramente informativo, pois é sobretudo uma leitura atenta feita por dois especialistas na actualidade politica internacional. É de facto, uma Visão Global sobre o estado do Mundo, que colhe a imensa erudição do Embaixador e as suas visões, quase nunca “ mainstream ”, sobre a evolução da geografia politica Mundial. Atente-se no que se diz sobre a area dos Balcãs, onde ambos tem especial interesse, e ficamos a compreender melhor essa área tão sensível da Europa co

Da Estupidez dos Gajos I...

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Um pequeno apontamento sobre a eterna problemática: gajos/gajas. “Um amigo meu costumava dizer” (frase tipica de quem não quer assumir o que disse), que a mulher ideal seria “Boa e Surda-Muda”, o que na altura entendi como uma referência velada a Helen Keller. Sim. Boa e surda-muda?!?!? Quem mais? Depois de reflectir um pouco, pensei que se fosse só Boa, poderia ser a Madre Teresa de Calcutá. A Sra Dona Agnes Bojaxhi de Skopje. Isto para dizer uma pequena verdade, que alguns iniciados conhecem desde sempre: OS GAJOS SÃO ESTÚPIDOS!!!, ou melhor, são se calhar, no mínimo, eles próprios, Surdos-Mudos. É que, penso, (actividade não reconhecida pelo mulherio).... que as mulheres em geral, legitimamente, diga-se desde já, pensam... e cobertas de razão, é que a maior parte dos gajos não ouve. Kaput! Nestes! Rien! Deaf as a door J !!!! E nem sequer se trata aqui de distinguir entre ouvir e “escutar” (um paroxismo levado à celebridade pelo jargão ferroviário das passagens de nivel sem