AMÁLGAMA de Rubem Fonseca (Sextante)

 
“Quando entrares na violência vai até ao fim; se não aguentas não entres.” Agostinho da Silva
 Do que a Editora Sextante vem publicando de Rubem Fonseca, tenho mantido atenção apertada e acho que ainda não me escapou um. Gosto particularmente da forma como Rubem Fonseca vê o mundo. Não usa muitos filtros. E tem um talento único para nos descrever as partes mais negra da alma humana. Podem os que não gostam afirmar que é um universo literário demasiado cru e violento. A mim no entanto, o que me importa é a forma como esse mundo nos é dado ver. E Rubem Fonseca é um mestre. Seja em forma de romance, ou, como é este o caso, numa “amálgama” de contos e pequenas histórias com diferentes formatos que nos dão a perfeita medida do que é um genial criador de histórias. Em trinta e quatro entradas, vamos ficando assustados, perplexos, aterrados, pensativos, mas sobretudo deslumbrados pelo poder criador deste magnifico escritor. O Brasil tem-nos dado alguns contistas de excelência, e ultimamente tenho estado a tentar conseguir ler mais deste género que é um dos meus prediletos. Mas por um motivo ou outro não consigo deixar de dar o primeiro lugar o pódio a Rubem Fonseca. Uma verdadeira legião de personagens que nos provocam e inquietam, fazem deste livro um verdadeiro festim. A forma como Rubem Fonseca nos oferece o raciocino mais desviado e malévolo com um registo de uma normalidade perturbadora, acompanha a quase totalidade destas histórias. Algumas são, como todos os grandes contos, pequenos romances. Como já aqui tive ocasião para afirmar. Rubem Fonseca será tudo menos consensual. Mas é dono de uma escrita poderosa, telúrica e que, no mínimo não deixará ninguém indiferente. Se já acompanham, peço desculpa pela redundância da sugestão. Senão, não hesitem. O homem escreve a sério.
 
Boas Festas e Boas Leituras!!!
 
Na Mesinha De Cabeceira:
 
MONTEDOR de José Rentes de Carvalho (Quetzal)
O LEGADO DE HUMBOLDT de Saul Bellow (Quetzal)
AMORES E SAUDADES DE UM PORTUGUÊS ARRELIADO de Miguel Esteves Cardoso (Porto Editora)
PANICO NO SCALA de Dino Buzzati (Cavalo de Ferro)
TUDO O QUE SOBE DEVE CONVERGIR de Flannery O´Connor
VITORIA de Joseph Conrad (Ulisseia)
OS FACTOS de Philip Roth (D.Quixote)
DJIBOUTI de Elmore Leonard (Teodolito)
ALGUMA ESPERANÇA e LEITE MATERNO de Edward St Aubin (Sextante)
O FILHO DE Philipp Meyer (Bertrand)
A CASA DA ARANHA de Paul Bowles (Quetzal)
A MULHER MAIS BONITA DA CIDADE de Charles Bukowski (Alfaguara)
TEATRO DE SABATH de Philip Roth (D. Quixote)
A HERANÇA de John Grisham (Bertrand)
STONER de John Williams (D. Quixote)
O TODO-MEU de Andrea Camilleri (Bertrand)
O TEOREMA KATHERINE de John Green (ASA)
CONTOS E NOVELAS I de Saul Bellow (Relógio d´Água)
AS LUZES DE SETEMBRO de Carlos Ruiz Zafón (Planeta)
MAS É BONITO de Geoff Dyer (Quetzal)
LIBRA de Don DeLillo (Sextante)
RELATÓRIO DO INTERIOR de Paul Auster (ASA)
ALFABETOS de Claudio Magris (Quetzal)
MIRAGEM DE AMOR COM BANDA DE MUSICA de Hernán Rivera Letelier (Quetzal)
O JOGO DO MUNDO de Julio Cortázar (Cavalo de Ferro)
DIÁRIO PARA ELIZA de Lawrence Sterne (Antígona)
DANUBIO de Claudio Magris (Quetzal)
OS ANEIS DE SATURNO de W.G.Sebald (Quetzal)
 


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