A DIVINA COMÉDIA de Dante Alighieri ( tradução de Vasco Graça Moura ) BERTRAND


"Os verdadeiros paraísos são os paraísos que se perderam." Marcel Proust



Os recursos tecnológicos disponíveis deixam me ao dispor apenas um IPad para escrever a crónica desta semana. Pouca ou nenhuma rede no local se onde escrevia dificultaram de certa forma o modo de fazer chegar esta crónica aos destinatários, no entanto com um pouco de engenho e os "gadgets" certos a coisa resolveu-se. De férias em parte incerta resolvi sugerir uma leitura mais arriscada. Uma leitura à qual só recentemente temos acesso com tradução em português. E é um facto que remete para algo que foi durante muito tempo um verdadeiro problema para quem lê em Portugal. Refiro-me à escassez de clássicos traduzidos que durante muito tempo, e falo por mim, toda a minha adolescência e parte da idade adulta enfrentei dificuldades acrescidas para ler obras de clássicos italianos, gregos ou mesmo alguns autores de séculos mais próximos, que, ou lia no original, o que, convenhamos não só nem sempre é fácil como de outras se torna num obstáculo intransponível. Enfim, bem haja a quem, decerto com problemas comuns se encheu de coragem e resolveu traduzir e mais ainda publicar obras cujo mercado será reduzido, mas que cumprem um papel fundamental no que se pretende um acesso verdadeiramente democrático ao ato de ler. É o caso desta tradução de "A Divina Comedia", de Dante Alighieri, tarefa heróica levada a cabo por Vasco Graça Moura.  Dito isto, manda a verdade que afirme que é uma leitura em processo e não um livro que já tenha terminado. É, mal comparado como aconselhar a leitura dos Lusíadas, é também uma obra épica. De resto, muitos já não serão alheios a partes deste livro como a citação que consta nas portas do Inferno. O livro em si é dividido em três partes, Inferno, Purgatório e Paraiso é uma viagem de crónica social e de costumes do seu tempo, o que de resto, é na essência, o nosso tempo enquanto homens. O resto é simplesmente prazer de descobrir e de ler. O que aqui não é certamente pecado.

Boas Ferias se for o caso e Boas Leituras.





Comentários

Anónimo disse…
Quanto a esta obra já a tenho na estante. Vou aproveitar o mês de setembro para juntar a esta algumas obras de william shakespeare. Acabei de adquirir a obra Decameron de Boccacio, já que falamos de clássicos. Uma sugestão para o Ricardo, se é que posso sugerir alguma, será GILGAMESH uma epopeia da mesopotânia traduzida pelo Pedro Tamen. SHADOW
Ricardo disse…
Bom Dia Shadow,

Obrigado pela visita e pela sugestão. Fica na lista para futura aquisição.
Abraço e Boas Leituras,
Ricardo
Anónimo disse…
Olá. Alguém tem esse livro em pdf?

Mensagens populares deste blogue

Nonsense

O GNOMO (The Hobbit) de J.R.R. TOLKIEN (Livraria Civilização - Ed. 1962)

A ARTE DA ALEGRIA de Goliarda Sapienza (D. Quixote)