AS LOUCURAS DE BROOKLYN de Paul Auster (ASA)
“Toda a gente está mais ou menos louca em algum aspecto” RUDYARD KIPLING
Ao ler este livro, este delicioso retrato de uma certa América conteporânea que confluí em Brooklyn, descobri um outro Paul Auster. Confesso que a ultima obra que tinha lido, “Viagens no Scriptorium”, não me tinha agradado muito. Há como em muitos dos grande autores de hoje, uma certa tendência para, por vezes cederem a experimentalismos literários que nem sempre dão bom resultado. Opinião minha, pessoal e intransmissível, neste caso. Mas este “As Loucuras de Brooklyn” é um romance, com um a história recheada de outtas tantas, nem por isso menores. Mas é sobretudo a vida na sua plenitude que nos é oferecida aqui. Há uma personagem central, Nathan, que regressa a Brooklyn depois de lhe ter sido diagnosticado um cancro. É uma vida a prazo. Como todas certamente, mas esta possivelmente com um termo mais anunciado. E é no quotidiano de Nathan, dos seus reencontros com a vida nos seus mais infímos e gloriosos pormenores que também nós nos reencontramos com a alegria de ler Paul Auster. Tenho para mim, que a simplicidade é o mais dificil de atingir, na literatura como em muitas outras coisas. Aqui está espelhado o génio das coisas simples. É uma jornada passada numa época definida da história da América, antes da eleição de George Bush, marcada pelos acontecimentos da recontagem de votos da Florida, e que vai até antes do 11 de Setembro e do ataque às Torres Gemeas. Há a construcção de uma galeria de personagens que se podem com facilidade reconhecer, o sobrinho Tom, o patrão de Tom, Harry, a familia de Nathan e uma série de figurantes que tornam completa a história. Paul Auster transforma Brooklyn num cadinho onde se misturam toas as idiossincracias da América que julgamos conhecer. É um livro excelente. Uma história suave e com muita esperança dentro. Tem momentos muito bons, a ideia da obra que nathan se propõe complilar, o conceito introduzido por Harry do “Hotel Existência”, a própria trajectória de Tom, de possivel eminencia académica à queda para motorista de taxi, passando por vendedor de livros usados até a um final inesperado. Enfim, um pouco de tudo, misturado com um pouco de todos, numa jornada rumo aquilo que de facto podemos esperar de nós e dos outros. Um feliz regresso a um autor que me andava a “fugir”. Obrigado à Xana, minha Querida Amiga, que teve a gentileza de me o oferecer.Boas Leituras!
Comentários
Ainda bem, querido Ricardo, que gostaste. Fico muito contente. :)
E não fou gentileza, foi amizade mesmo! :))
Beijo,
Xana
Gostei mesmo muito, "gentil Amiga". Beijo grande e Até Breve!!!!!