O NOME DA ROSA de UMBERTO ECO (DIFEL)
“Temei os profetas e aqueles que estão dispostos a morrer pela verdade, pois, em geral, farão morrer muitos outros juntamente com eles, frequentemente antes deles, por vezes no lugar deles” UMBERTO ECO
Dei por mim absolutamente surpreso por nunca ter proposto nada de Umberto Eco. Encontro explicação no facto deste autor não ter muitos romances publicados, e o ultimo já levar uns anos (“A Misteriosa Chama da Rainha Loana”). Mas a verdade, é que se retirarmos esse derradeiro, publicado em 2004, já os li todos. Foi e é para mim o referêncial do que é a verdadeira escrita inteligente, erudita e nem por isso menos acessivel. Para começar, e porque este “O Nome da Rosa” nem sempre é convenientemente lembrado como leitura, pelo facto de já se terem passado 30 anos da sua primeira publicação, é bom que se chame gente que, porventura por ser mais nova, ou simplesmente porque nunca lhe sugeriram nem o livro nem o autor, o procurem. Sei também, que todos os livros que foram passados ao cinema sofrem desse complexo de comparação. Existe também o debate, se é melhor ler os livros e depois ver os filmes,( o que, no meu caso origina em 90% das vezes que, o filme me desiluda) ou o inverso, que se torna (na minha opinião também), menos bom para o livro porque já lhe conhecemos a estória. Bem: Adiante. A qualidade deste livro, é absoluta e completamente independente do visionamento do filme. É uma obra fenomenal. Um romance histórico, com um enredo policial fabuloso. Eco faz deste romance (que é o livro que o projecta internacionalmente como romancista) uma homenagem a Arthur Conan Doyle e às suas personagens Sherlock Holmes e Watson. Os detectives d´”O Nome da Rosa” são, Guilherme de Baskerville (referencia óbvia ao “Cão dos Baskerville” de Conan Doyle) e Adso de Melk (que é o narrador e simultaneamente um anagrama de Watson, que como se sabe também era o narrador das aventuras de Sherlock Holmes). Há ainda uma personagem que homenageia Jorge Luis Borges (Jorge de Burgos, também ele cego) e, a somar, há um enredo que encerra uma busca por uma obra de Aristóteles sobre a natureza do Riso, que colidiria com os principios da Igreja Católica Medieval. Crimes aparentemente inexplicáveis , uma bibiloteca fantástica, personagens fabulosas e uma descrição da Idade Média e dos seus ambientes ao alcance de muito poucos. Muito para além do que nos oferece a mera perspectiva da versão filmada, este livro é daqueles que a não ter sido lido constitui uma perda que não se deseja a ninguém. Ao resto da obra, regressarei em breve, para falar do magnifico “Pendulo de Foucault”, a “fonte” de todo um manancial de obras, que versam o hermético e o esotérico, e que se vulgarizaram entretanto. Imprescindível! Boas leituras!
Na Mesinha De Cabeceira:
As Benevolentes de Jonathan Litell (D. QUIXOTE)
Peregrinação de Enmanuel Jhesus de Pedro Rosa Mendes (D. Quixote)
As Loucuras de Brooklyn de Paul Auster (ASA)
Comentários
bjs
Eu só faço sugestão de livros que já li. E é verdade, é um dos melhores livros que li desde sempre.
BJS!