MANHATTAN TRANSFER de John dos Passos (Ed. Presença)

"A realidade é apenas uma ilusão, ainda que muito persistente.” de ALBERT EINSTEIN

Neste Agosto atípicamente outonal, lembrei-me de partilhar uma sugestão de leitura de um grande autor com raízes portuguesas. John (Roderigo) dos Passos é um dos nomes mais influentes da literatura norte-americana do Séc. XX. É mais um daqueles casos em que a vida pessoal do autor ultrapassa muitas vezes a ficção. Dos Passos, é um dos nomes da “Lost Generation” epiteto que aparece no “O Sol Nasce Sempre” de Hemingway e que faz referência a um grupo de autores contemporâneos da “I Grande Guerra”, como F. Scott Fitzgerald, T.S. Eliot e Erich Maria Remarque para citar os que conheço. Filho de um advogado emigrando da ilha da Madeira, teve uma educação privilegiada que o levou a viajar desde tenra idade até à formatura por Harvard. Fez um percurso de vida que podemos, de certa forma, colar ao de Hemingway de quem foi amigo e companheiro, como ele conduziu ambulancias na I Grande Guerra em Paris e em Italia, acompanhou-o na Guerra Civil Espanhola em 1937 onde se afastou doutrináriamente dos ideais daquele e acompanhou a II Guerra Mundial como jornalista e correspondente de guerra. O romance “Manhattan Transfer” publicado em 1925, surge uma obra inovadora ao nivel do estilo literário e percursora na forma, introduz na escrita a visão dos protagonistas do mundo atraves dos seus processos mentais individuais. E este grande romance retrata Nova Iorque e a vida na América pelos olhos de vários protagonistas que não se cruzam com a caracteristica à altura desconhecida de dar um caracter “cinematográfico” ou filmico à acção. A sua obra mais conhecida será a trilogia “U.S.A.” que inclui os romances “O Paralelo 42” de 1930, “1919” de 1932 e “The Big Money” de 1936. Nesta época em que assistimos a uma fúria de publicação sem precedentes por parte de editores e livreiros e onde se descobrem “génios” a cada esquina, é bom regressar a um valor seguro, de um tempo em que a qualidade intrínseca das obras era claramente superior ao “spin” do marketing livreiro. É uma obra de referência que enriquece quem quer que goste de ler. Recomendo vivamente! Boas Leituras (e Férias se for o caso...)!

Na Mesinha De Cabeceira:

A Casa Verde de Mario Vargas Llosa (Dom Quixote)

Suite Francesa de Irene Nemirovsky (Dom Quixote)

Quando Nistzsche Chorou de Irvin D. Yalom (Ed. Fio da Navalha)

O Relatório Chapman de Irving Wallace (Ed. Livros do Brasil)

No Coração Desta Terra de J.M. Coetzee (Dom Quixote)

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