V. de Thomas Pynchon (Bertrand)
"Quem sonha de dia tem consciência de muitas coisas que escapam a quem sonha só de noite” Edgar Allan Poe Este é o romance de estreia de Thomas Pynchon, publicado a primeira vez em 1963 e muito bem recebido pela crítica. É um livro poderoso, um daqueles livros cuja marca de autor é absolutamente reconhecível. Não consigo imaginar outra pessoa a conseguir o efeito literário neste V. da forma que Pynchon o fez. O livro, cuja linha de rumo segue um bando de personagens atípicas, de entre as quais avultam Benny Profane e Stencil, leva-nos numa viagem a um universo onírico, de onde só conseguimos retirar algum sentido se nos deixarmos levar por esse registo que nos afasta do real e nos aproxima mais de um cenário de sonho. Não me parece que um autor banal consiga imprimir um ritmo e fornecer um manancial de informação tão vasto, num registo de não-realidade (ou quase realidade) sem cair na vulgaridade ou na mais simples e prosaica total inverosimilhança da história. É complet...