SOLO de William Boyd (D. Quixote)
"A guerra é um
massacre entre pessoas que não se conhecem, para proveito de pessoas que se
conhecem mas não se massacram." Paul
Valéry
Creio já ter dito aqui pelo menos um par
de vezes o fascínio que tenho por Ian Fleming e a sua obra, mais a sua genial e
imortal personagem, James Bond, o “00” com licença concedida por Sua Majestade a
Rainha de Inglaterra para matar. Descontado o facto de que Ian Fleming escreveu
o ultimo “Bond” há mais de seis décadas, não é menos verdade que há quem lhe
tenha continuado a saga. William Boyd foi-me apresentado enquanto autor num
outro registo e num outro livro que me ofereceu o incontornável Fernando Lopes,
amigo de vidas e livros, que foi “No Coração de África” e que, apesar de vários
prémios literários não me seduziu o bastante. De qualquer forma li também outro
“Tempestade”, que, num registo já mais de policial e suspense me conseguiu
prender. De posse destes dados, e cumprindo o habitual rito de trazer da Fnac um livro só pela capa, optei por
este. Porque já tinha lido William Boyd, e não há duas sem três (o que se pode
tornar também o meu ex libris J ). Mas, principalmente por voltar
a uma velha e universalmente conhecida personagem. Bond. James Bond. E, para
falar no que aqui realmente importa, devo dizer que gostei. É um James Bond ao
estilo Fleming, sem adornos, sem as loucuras dos filmes dos anos 80 e 90 que de
certa forma retiraram uma certa mística original à personagem. É um regresso a
uma história conforme Fleming a contava. Com poucos artifícios. Com pouco ou
quase nenhum glamour e brilho. E com uma narrativa muito no sentido dos primeiros
Bond. Já a história, bem a história é preciso ler para ter opinião. Para
férias, para um par de horas de leitura descontraída e para matar saudades do
espião mais famoso do Mundo, serve perfeitamente. Um bom Setembro e umas
excelentes férias, com muitos livros… se for o caso.
Boa Semana e
Boas Leituras!!!
Na Mesinha De
Cabeceira:
AMORES E SAUDADES DE UM PORTUGUÊS
ARRELIADO de Miguel Esteves Cardoso (Porto Editora)
PANICO NO SCALA de Dino Buzzati (Cavalo
de Ferro)
O ENTE QUERIDO de Evelyn Waugh
TUDO O QUE SOBE DEVE CONVERGIR de
Flannery O´Connor
VITORIA de Joseph Conrad (Ulisseia)
A SORTE QUE MOVE O DESTINO de Matthew
Quick (Editorial Presença)
OS FACTOS de Philip Roth (D.Quixote)
A SOMBRA DA ROTA DA SEDA de Colin
Thubron (Bertrand)
AS LUZES DE SETEMBRO de Carlos Ruiz
Zafón (Planeta)
MAS É BONITO de Geoff Dyer (Quetzal)
VERDADE AO AMANHECER de Ernest Hemingway
MIRAGEM DE AMOR COM BANDA DE MUSICA de
Hernán Rivera Letelier (Quetzal)
O JOGO DO MUNDO de Julio Cortázar
(Cavalo de Ferro)
DIÁRIO PARA ELIZA de Lawrence Sterne
(Antígona)
FUGAS de Alice Munro (Relógio D´Àgua)
DANUBIO de Claudio Magris (Quetzal)
OS ANEIS DE SATURNO de W.G.Sebald
(Quetzal)
TELEFÉRICO DA PENHA (IMAGINÁRIO E
REALIDADE) de Esser Jorge Silva (Edições Húmus)
LIBRA de Don DeLillo (Sextante Editora)
RELATÓRIO DO INTERIOR de Paul Auster
(ASA)
AMSTERDÃO de Ian McEwan (Gradiva)
ALFABETOS de Claudio Magris (Quetzal)
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