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A mostrar mensagens de março, 2010

AFTER DARK – OS PASSAGEIROS DA NOITE de Haruki Murakami (Casa das Letras)

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“De noite os defeitos se ocultam” Ovidio Perguntar-se-ão os meus acidentais leitores, que me faz voltar passadas escassas semanas a Haruki MUrakami. A resposta é fácil e objectiva. Oferta de Dia do Pai e, fundamentalmente o ter ficado muito motivado para seguir a obra deste autor, que aliás também se mantém em fila de espera na “mesinha de cabeceira” com um terceiro romance. Este entrou em competição directa na leitura com o livro da semana que vem e ganhou. É um livro impressionante. Sempre sem revelar muito para manter o interesse, posso dizer que toda a acção se passa numa única noite de Tóquio. Murakami consegue, com a sua forma de (d)escrever cativar-nos para um mundo diferente, uma realidade paralela, por vezes surreal, mas que simultaneamente faz sentido. Encontramos sentido em realidades nocturnas com as quais nos pomos em confronto, e com as quais encontramos pontos de referência credíveis para o que, na visão distanciada de ocidentais que somos, pode ser o “after dark” de uma

A ESTIRPE de Chuck Hogan e Guillermo del Toro (SUMA)

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“ Desde que alberguemos uma única vez o Mal, este não volta a dar-se ao trabalho de pedir que lhe concedamos a nossa confiança” Franz Kafka Este é de facto um livro de puro entretenimento. Mais, sendo escrito numa parceria de Chuck Hogan com o realizador Guillermo del Toro de cuja filmografia podemos destacar “O Labirinto do Fauno”. Filme que recebeu uma nomeação para o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2007, entre outras realizações do género terror/fantástico. Este livro é uma leitura que encaixa na moda do universo dos vampiros, que por estes dias invade as prateleiras das livrarias, as telas do cinema e televisão. E por falar em moda, é também o primeiro de uma trilogia (há também uma certa moda de trilogiar nestes tempos ultimos). Assim, após este primeiro capitulo “The Strain” no original, seguir-se-à, previsivelmente em Outubro, “The Fall”, o segundo andamento da obra. O livro em concreto, é um livro-argumento, claramente uma estória destinada a acabar no grande ecran, e cont

Acabadinhos de chegar à estante...

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Os meus amores e o DIA DO PAI

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Com direito a uma dedicatória belíssima da Alexandra e da Mãe (sem a qual não havia Pai :))

O GNOMO (The Hobbit) de J.R.R. TOLKIEN (Livraria Civilização - Ed. 1962)

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“Só a fantasia permanece jovem; o que nunca aconteceu nunca envelhece” Friedrich Schiller ilustração de António Quadros Antes de contar a estória no livro, deixem-me contar a estória deste livro. Esta edição do Gnomo de Tolkien (ou “The Hobbit”, no original), foi oferecida à minha irmã como sendo um livro infantil, seria eu na altura um adolescente. Li-o, confesso, pelo bom aspecto da capa. E foi uma espantosa surpresa. Foi um dos primeiros livros na minha vida que realmente teve algum impacto em mim. Estava na altura, muito longe de saber que estava a ler, pela primeira vez, aquele que se iria tornar passados alguns anos num dos meus autores de eleição. Falar de Tolkien e da sua obra é tarefa que não cabe aqui, e duvido mesmo que haja quem a abarque na sua totalidade, tal é a riqueza e diversidade dos seus universos. Mas, para quem, acompanhou a trilogia d´”O Senhor dos Aneis”, recomendo vivamente “O Gnomo”, é cronológicamente anterior na vida da Terra Média. Acompanhamos Bilbo Baggin

A ESTRADA de Cormac McCarthy (Relógio D’Àgua)

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“Pode misturar-se a Esperança e o Desespero até já não se distinguirem um do outro” André Chamson Um livro absoluto. Poderoso. A estória, é a de um pai e um filho sós, num cenário surreal de um mundo pós apocaliptico. É uma viagem sem destino, produzida com força e violência por um autor cada vez mais conhecido e cuja obra é extraordináriamnte invulgar. Há quem veja em Cormac McCarthy um continuador de Faulkner, no entanto, e tentando manter o registo destas crónicas num patamar descontraído...não me parece. Cormac McCarthy tem um percurso singular na literatura, as obras publicadas em Portugal são: “Meridiano de Sangue”, “Este País não é para Velhos”, “O Filho de Deus”, “O Guarda do Pomar” e, possivelmente o mais autobiográfico “Suttree”. McCarthy escolhe recorrentemente temas que possibilitam a exploração da culpa/crime e responsabilidade/castigo, as suas personagens são muitas vezes exemplos de ambiguidade moral, e a banalização da violência também é um factor recorrente. Continuand

Depois de "A Estrada"...

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A SUL DA FRONTEIRA, A OESTE DO SOL de Haruki Murakami (Casa das Letras)

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“A verdadeira serenidade não é ausência de paixão, mas a paixão contida, ímpeto domado” Georges Duhamel O primeiro livro que li deste autor japonês, e, se bem me lembro, talvez o primeiro livro de um autor japonês de sempre para mim. É um facto, a literatura oriental não tem tido um papel muito relevante nas minhas estantes. De facto o manancial de títulos de origem anglo-saxónica e sul-americana, tem feito quase o pleno das minhas ultimas leituras. No entanto, este romance surge como uma esplêndida surpresa. Sabia “por ouvir dizer” que Murakami é um excelente escritor, e de facto, comprova-se para além de qualquer dúvida. Este “South of the Border, West of the Sun”, titulo “pedido emprestado” à música de Brooks Bowman, que se tornou um standard de Jazz para muitos dos mais famosos intérpretes do género. Destaco por gosto pessoal a primeira interpretação pela minha diva particular (em opinião claro) Sarah Vaughan. Mas, voltando ao livro desta semana, devo dizer que é um livro que nos s