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A mostrar mensagens de abril, 2014

A ILHA DO TESOURO de Robert Louis Stevenson (Clube do Autor)

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“As esplêndidas fortunas – como os ventos impetuosos –provocam grandes naufrágios.” Plutarco Não conheço nenhum grande leitor que não revisite as suas obras de eleição de vez em quando. A releitura oferece-nos muitas vezes prazeres e surpresas agradáveis. Há no entanto que dizer que nem sempre o regresso a um livro onde se foi feliz resulta. Tenho para exemplo disso o “Cem Anos de Solidão”, que, na altura em que o li pela primeira vez passou de imediato a ser considerado como um daqueles poucos livros que muda a nossa perspetiva das coisas e da vida. Sobretudo da escrita. A verdade é que já tentei várias vezes relê-lo e não consigo. O porquê também não sei explicar, o certo é que talvez por receio de lá não voltar a encontrar o sentimento original, também não faço esforço em fazê-lo. Há abundantes opiniões sobre as releituras, desde defensores acérrimos e mesmo os que dizem que nenhum livro se revela na plenitude numa primeira vez, como quem defenda precisamente o contrário.

Portugal, A Flor e a Foice de J. Rentes de Carvalho (Quetzal)

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“Dizem que temos valor (os portugueses), mas nos falta dinheiro e união; e todos nos prognosticam os fados que naturalmente se seguem destas infelizes premissas. ”  António Vieira Uma obra que esperou quarenta anos para ser publicada em Portugal. Um livro que se devora autenticamente.   Já o tenho referido muitas vezes em conversa com amigos: o “normal”, hoje em dia tornou-se extraordinário. É verdade. Cada vez que alguém vê as coisas de modo aparentemente normal, as retrata de forma normal e olha de forma normal para a vida, isso parece absolutamente extraordinário, habituados que estamos a que todos sejam tão absurdamente inteligentes, tão desmesuradamente acima do que por vezes conseguimos entender, tão afirmativamente criativos e inovadores, que, quando alguém nos mostra, o que é significativamente mais difícil, uma realidade tal qual ela é, ficamos inexplicavelmente espantados. Numa sociedade repleta de comentadores, analistas, especialistas e outras entidades que continu

FESTA NO COVIL de Juan Pablo Villalobos (Ahab)

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“Corremos alegres para o precipício, quando pomos pela frente algo que nos impeça de o ver ” Pascal Há já algum tempo que não publico regularmente as minhas sugestões de leitura. Não é que tenha deixado de ler. Não o conseguiria fazer. Apenas se introduziu na minha rotina um tipo de compromisso que é muito mais exigente para mim do que de início fazia prever. Estou a escrever e a investigar sobre uma tradição Vimaranense com mais de três séculos, e esse trabalho tira-me por vezes a motivação para aqui voltar com a frequência desejada. Ainda assim, se as minhas pobres indicações de leitura tem sofrido com isso, a minha frequência de leitura nem tanto. Terei que, com algum esforço refazer aqui a lista do que tenho lido ultimamente, e que penso merece a vossa atenção. É o caso deste “Festa no Covil”, romance de estreia de Juan Pablo Villalobos, escritor mexicano, que já li ser parte de uma suposta corrente chamada de “narco literatura”. Sou geralmente avesso a rótulos e a clas

Abril, Livros Mil...

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