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A mostrar mensagens de maio, 2013

A LUZ É MAIS ANTIGA QUE O AMOR de Ricardo Menéndez Salmón (Assírio & Alvim)

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“Em arte, procurar não significa nada. O que importa é encontrar” Pablo Picasso O nome de Ricardo Menéndez Salmón não era estranho para mim. Tinha já por várias vezes ouvido referir a “Trilogia do Mal” (que ainda não li) com muito boas referências. E, nesta ultima expedição à Fnac, em conversa com o Duarte, que é provavelmente a melhor fonte de boas (e novas) leituras que tenho encontrado, decidi-me por este título para começar aquilo que me parece um muito bom caminho. A forma como chegamos a novos títulos e autores não difere muito, no meu caso pelo menos. Vou tendo a sorte de ter amigos bem informados e que também partilham esta sina de ter de ler. E vou também frequentando alguns fóruns de leitores que me vão despertando curiosidades. Nem sempre acertamos ao escolher, mas devo dizer que ultimamente não conto grandes desilusões. Há cada vez mais gente a chegar ao mercado editorial e livreiro português com enorme talento. Há também, inversamente proporcional, menos tempo p

COMO É LINDA A PUTA DA VIDA de Miguel Esteves Cardoso (Porto Editora)

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“O talento sozinho não consegue fazer um escritor. Deve existir um homem por trás do livro” Ralph Emerson Já aqui pela “Estante” se sugeriu a leitura de Miguel Esteves Cardoso, e já lá vai algum tempo. Em Dezembro de 2009 a crónica foi sobre o “Em Portugal não se Come Mal”, livro, que classifiquei na altura como “delicioso”. Disse-o então e repito-o agora, Miguel Esteves Cardoso é uma espécie de Deus das crónicas em português. É até para mim, que me desminta quem melhor souber, um dos principais responsáveis pela recuperação deste género com todos os seus trabalhos para a imprensa a partir dos anos oitenta do século passado. (É estranho que se tenha de assinalar que os anos oitenta, o que em si já é uma categoria, sejam “do século passado” e não de sempre, mas enfim, é o que dá as nossas referências não se poderem eternizar). Pois a verdade é que as crónicas do Miguel Esteves Cardoso, estiveram sempre na primeira linha daquilo que de melhor se escreveu sobre uma certa maneira

A POLAQUINHA de Dalton Trevisan (Relógio D´Água)

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“O estilo é uma maneira muito simples de dizer coisas complicadas” Jean Cocteau O acto de ler, sobretudo para quem não se imagina privado dele, vai rendendo algumas mais-valias. Dalton Trevisan, agora editado entre nós pela Relógio D´Àgua, já estava na minha lista de interesses desde que numa das leituras que fiz do blogue de José Rentes de Carvalho aí tinha sido referenciado. O Prémio Camões em 2012, não fez mais do que aumentar esse meu declarado interesse. E provavelmente acelerou a sua publicação. Sim, que isto de editar anda muito pendurado em galardões. Demasiadamente até, se me é permitido opinar. Neste caso particular, a fama de Trevisan e a sua especialidade é o conto. Foi esse o género que o tornou uma referência e é até do título de um dos seus livros “O Vampiro de Curitiba” que se retirou a alcunha pela qual é conhecido, dada a sua extrema recusa em aparições públicas de qualquer género. E, por paradoxal que possa parecer, a um contista de renome e eleição, começo

MENTIRAS & DIAMANTES de José Rentes de Carvalho (Sextante Editora)

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“A mentira é uma verdade que se esqueceu de acontecer” Mário Quintana Novo livro de José Rentes de Carvalho. Um inédito. A juntar à republicação que a Quetzal vem fazendo da obra deste incomparável escritor. Sei que o mais provável é que me repita. Tenho lido tudo o que por cá se tem publicado de José Rentes de Carvalho. Infelizmente, o neerlandês não consta do meu cardápio de línguas. Mas é bom repisar o facto de que esta obra magnifica, esteve ao alcance dos privilegiados habitantes dos Países Baixos, durante décadas e por cá, coberta por um injusto manto de indiferença. Não deixa de ser um dos sinais da forma como o mercado editorial e livreiro se movimentou ao longo de muito tempo. Este livro, e estou a guardar a opinião mais para o final deste texto para que não seja por demais evidente o meu deslumbramento. Este livro, dizia, é uma delícia. Para mim, que já não passo, ou passo mal, sem a minha dose diária de Rentes de Carvalho, no seu blogue “Tempo Contado”, é um mome

ULTIMO ACTO EM LISBOA de Robert Wilson (D. Quixote)

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(Entrada em Falta no Blogue) “Só os mortos conhecem o fim da guerra ” Marco Aurélio Já conhecia Robert Wilson de um livro que li há uns anos e do qual fiquei com uma boa impressão “O Cego de Sevilha”. No entanto passaram-se alguns anos em que este nome pareceu não estar presente nas prateleiras das livrarias. Posso ter estado menos atento, é certo. Há algum tempo atras comecei a reparar que voltavam vários títulos deste autor a surgir, e, como o primeiro prometia, meti mãos à obra. Posso desde já dizer que pelo menos este “Ultimo Acto em Lisboa” pode transformar-se num dos meus catos primeiros na leitura da obra deste senhor. Que excelente livro. Pelo meio, a matar a minha curiosidade descobri também que Robert Wilson, britânico, reside agora em Portugal. Não sei se esse facto influencia, mas de certeza não prejudica a escrita nem a fluidez da narrativa. O livro é muito bem escrito, o registo é uma mescla entre um policial puro e duro e uma espécie de romance histórico. M

O que há de novo na Estante....

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AGOSTO de Rubem Fonseca (Sextante Editora)

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“No meio de um povo geralmente corrupto a liberdade não pode durar muito” Edmund Burke Há autores que se vão instalando em nós. Começamos quase sempre por indicação generosa de um amigo, como foi o caso de Rubem Fonseca, e depois, se o registo nos agradar, seguimos viagem sozinhos, rumo à obra de cada qual. Retiro desta já longa série de sugestões (e é só disso que se trata, de partilhar as minhas preferências) a ideia de que me vou conhecendo melhor enquanto leitor. Nunca teria feito uma análise tão longa sobre os géneros de que mais gosto, muito menos elaborado uma lista de onde posso com relativa facilidade retirar alguns autores dos quais me tornei seguidor. Há sempre o famoso factor de desempate na argumentação: o gosto pessoal. Que, ao contrário do que se diz, se deve, e de todas as maneiras discutir. Que os gostos não se discutem, é das afirmações mais destituídas de sentido que me recordo. De todas as formas, assim como quem ama só vê o belo, também eu, do que gosto