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A mostrar mensagens de janeiro, 2011

O TRIUNFO DOS PORCOS de George Orwell (Europa-América)

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“ O fascismo não é impedir-nos de dizer, é obrigar-nos a dizer ” ROLAND BARTHES Um regresso a um livro obrigatório, de um dos autores mais marcantes do Século XX, George Orwell. “O Triunfo dos Porcos” ou “Animal Farm” no original, é um clássico. Uma alegoria protagonizada por animais daquilo que pode, e sucede, muitas vezes na sociedade humana. Sobre esta e outras obras de Orwell, muitos, sobejamente mais preparados do que eu, tem feito interpretações de todo o género. A mim basta-me uma. Podemos sempre substituir as personagens do livro por quem quisermos que o resultado, se o quisermos, conduz sempre ao mesmo: o poder corrompe. Não me vou alongar em tiradas mais ou menos profundas sobre as segundas leituras que esta obra pode proporcionar, a vantagem da leitura ser um acto indivudual é mesmo essa, cada um de nós tem a liberdade, perante uma obra, de a tornar um bocadinho “nossa” consoante a visão que tem do mundo. Dizem que a história tem como pano de fundo o falhanço dos principios

COM OS HOLANDESES de J.Rentes de Carvalho (Quetzal)

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“ Nós não vemos as coisas como elas são, vemo-las como nós somos ” ANAIS NIN O que é o verdadeiro carácter de um povo? Onde reside o traço comum dos membros de uma mesma nacionalidade? Ainda mais do que isso, o que é a alma de uma gente vista pelos olhos de quem dela não se sente parte na totalidade? Se quisermos falar de nós, portugueses, já Julio César dizia, que havia nos confins da Iberia um povo “que nem se governa nem se deixa governar”, o que pode muito bem ser o fado da lusitanidade. J.Rentes de Carvalho, de quem me tornei um seguidor atento e diário, acompanhando o seu blogue tempocontado.blogspot.com, que aliás recomendo vivamente, publicou este livro em 1972, a retratar os Holandeses na sua condição de cidadão de acolhimento. É uma obra singular, em que o “hóspede” define os “senhorios” em todas as dimensões do seu ser. É de uma frontalidade e franqueza a toda a prova, mas o que se sente acima disso, até porque o excesso de franqueza pode raiar a má educação, o que nunca ac

"Fisgado" em Lisboa....

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Por coincidência, hoje, na "Capital do Império" entrei na Buchholz e encontrei-o, já que, a fazer fé no Fernando Lopes, pela Invicta encontra-se esgotado. E se está é porque merece...Este também era filho único...

A TAPEÇARIA DO SINAI de Edward Whittemore (Ulisseia)

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“ Originalidade não consiste em dizer o que ninguém disse antes, mas em dizer exactamente o que você pensa por si próprio ” JAMES STEPHENS Pode-se ler na capa deste livro que o seu autor é: o grande autor americano desconhecido do Séc. XX, mais coisa menos coisa. Habituado que estou às citações de terceiros, e a um cada vez mais rotineiro uso e abuso de estratégias de marketing e autopromoção por parte de editores, livreiros e autores, fiquei, como se costuma dizer, “de pé atrás”. Sendo assim, nada mais me restava que não fosse ler com os meus próprios olhos e, deixar aqui as minhas conclusões. E que boa surpresa se tornou este livro. Lido sem qualquer espectativa de maior, posso agora dizer que é uma obra prodígiosa. E prodígios não faltam neste livros. Para começar, ainda estou com a cabeça à roda na tentativa de o classificar. Não é fácil. É um registo literário muito próprio, andará certamente não muito longe do realismo mágico, mas num mundo e em cenários muito diferentes daquel

Novas Entradas

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Ofertas da Zaclis, Marta e Pedro. Obrigado. Vocês são do meu coração!!!!

O HOMEM QUE MATOU GETÚLIO VARGAS de Jô Soares (EDITORIAL PRESENÇA)

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“ São as circunstâncias que governam os homens, não os homens que governam as circunstâncias ” HERÓDOTO Não sei bem o que nos leva, cada um de nós a ler. E dentro do que lemos, também não sei quais os factores que determinam o que lemos a cada momento. Há no entanto uma coisa que sei, quando um livro de um determinado autor me desperta interesse ou me agrada, tento procurar mais, e, quando posso, ler um ou dois livros desse autor de seguida. Não sei se o faço para confirmar impressões, ou simplesmente, porque quando se gosta de determinada coisa quer-se sempre um bocadinho mais. Tem sido assim comigo, e, se repararem, ultimamente foi-o com a obra de J. Rentes de Carvalho, que estou a acompanhar com especial prazer, assim como é com Jô Soares, do qual, não sendo uma descoberta, mas um feliz reencontro, venho sugerir mais este livro delicioso. “O Homem que matou Getulio Vargas” é um romance bem ao estilo de Jô Soares, com um personagem central muito bem conseguido, uma galeria de actor