EASY MONEY de Jens Lapidus (Casa das Letras)
Antes de mais quero avisar os meus potenciais leitores que esta semana a sugestão foi trocada. O responsável islandês, o tal vulcão de nome impronunciável, adiou-me uma viagem por quase uma semana o que me transtornou as leituras. Nada grave. O que é certo, é que desta vez o livro desta semana foi mesmo comprado no aeroporto. Para quem tem preconceitos com as chamadas “livrarias de aeroporto” não será um bom cartão de visita, mas para mim vinha “a talho de foice”. Passo a explicar. É que este autor também é Sueco, a história também é passada sobretudo em Estocolmo e pareceu-me bem, já que estive mergulhado ultimamente na trilogia Millennium de Stieg Larsson, levar adiante o meu conhecimento dos autores policiais suecos. Reconheço que até à data apenas o nome de Henning Mankell me dizia alguma coisa, mas dele falaremos em futuras oportunidades. Este Easy Money, ou Snabba Cash no original, é um verdadeiro romance policial. Tem estrutura, uma estória perfeitamente credível, uma cadência vigorosa. É descritivo, brutal por vezes, como todos os bons policiais. Todo ele rola à volta do submundo do crime sueco, dos gangues e das suas teias criminosas, que relata com pormenor.Descreve três personagens principais, que se vão encontrando de forma muito bem construida ao longo da narrativa, juntas no enredo pelo tráfico de cocaina. JW, o jovem arrivista, com todos os sonhos e ilusões de grandeza, a agarrar a oportunidade que o tráfico e o dinheiro lhe estão a dar e a tentar resolver o enigma do desaparecimento da sua irmã Camilla. Mrado, o brutal sérvio, capaz de matar, mutilar e espancar sem a minima hesitação, que sonha com o dia em que será finalmente e só um bom pai para a sua filha e Jorge, o emigrante chileno, evadido da prisão e com nova identidade à procura de vingança contra os que o trairam. É um bom livro, daqueles que se lêem com sofreguidão até às ultimas linhas. E a verdade, devo dizê-lo, é que da Suécia tem-nos chegado coisas boas. Poderá dizer-se que são um bocado como o IKEA, são bem desenhadas e nem sempre tão fáceis de montar como parecem, mas são policiais a sério. Prometo que para a semana abandono o género. Boas Leituras!
PARA A SEMANA: A ARTE DA ALEGRIA de Goliarda Sapienza (D. Quixote)
NA MESINHA DE CABECEIRA:
Continuam:
INÉDITOS de Antoine de Saint Exupéry (Casa das Letras)
BIBLIOTECA DE ALEXANDRIA de Pablo de Jevenois (Esquilo)
O MONTE DOS VENDAVAIS de Emily Bronte
CRÓNICA DO PÁSSARO DE CORDA de Haruki Murakami (Casa das Letras)
OS ANAGRAMAS DE VARSÓVIA de Richard Zimmler
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