A FOGUEIRA DAS VAIDADES de TOM WOLFE (D. Quixote)

“Não ter vaidades é a maior de todas” Millôr Fernandes

Ainda não tinha tido a oportunidade de aqui mencionar um dos meus autores favoritos, Tom Wolfe. De ficção apenas publicou três obras, e com longos espaços de tempo entre elas, a saber, este “A Fogueira das Vaidades” em 1987, “Um Homem em Cheio” em 1998, e por ultimo, “Eu sou Charlotte Simmons” de 2004, que ainda não li. De não-ficção tem bastante mais produção, da qual destaco “Hooking Up” de 2000 (está editado em Portugal com este titulo pela D. Quixote) e que já li e aconselho. Uma viagem mordaz pela América do final do século passado. Voltando ao titulo desta semana, “A Fogueira das Vaidades”, é um livro que nos transporta ao auge do universo “Yuppie” dos anos oitenta, com os “Reis da Bolsa” ou “Masters of the Universe”, como a eles se refere Wolfe neste retrato atento. Nesta “fogueira” arde Sherman McCoy, que, da elite do mundo da alta finança, vai, por um atropelamento e fuga no Bronx, descer ao inferno dos tribunais comuns. É uma estória de queda de um poderoso. A própria distância social que é muito bem retratada por Tom Wolfe, entre as classes visadas, provoca ela própria essa queda. O episódio que tudo precipita, é um exemplo disso, do medo e preconceito que certas classes poderosas tem de ambientes que não lhes são familiares.Sherman e a amante perdem-se num labirinto de ruas no Bronx, e, sugestionados pelo facto de não se encontrarem em território conhecido, em pânico, atropelam um jovem negro e fogem sem prestar auxilio. A estória começa quando Sherman é identificado como autor do crime. O julgamento começa no Bronx, com Sherman no papel do tão desejado “Grande Réu Branco” que um ambicioso Promotor Publico sempre sonhou.Muito bom livro de um excelente autor. Boas Leituras!

PARA A SEMANA: de Andrea Camilleri - A VOZ DO VIOLINO (DIFEL) – O CHEIRO DA NOITE (DIFEL) e A CONCESSÃO DO TELEFONE (EDITORIAL PRESENÇA)


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