A FLORESTA DOS ESPIRITOS de Jean Christophe Grangé (Guerra & Paz)

“O Mal é a ausência do homem no homem" Eugenio de Andrade

Regresso a um dos mais lidos e melhores autores de suspense europeus. Jean Christophe Grangé. Este “A Floresta dos Espíritos” é mais uma confirmação da mestria deste autor em criar e desenvolver enredos sombrios e inquietantes. Volto também a aconselhar a leitura de toda a sua obra, provavelmente o mais conhecido será “Os Crimes dos Rios de Púrpura”, mas todos os seus livros o consagram como um mestre do macabro. O Mal, nas suas mais diversas manifestações é uma constante na obra deste autor, que desce às profundezas da alma humana para retirar descrições e cenários criminais absolutamente dantescos. Neste livro a protagonista (mais uma vez uma mulher, a exemplo de outras obras) é uma juíza, Jeanne Korowa, que por um meio de uma vigilância ilegal se torna conhecedora de factos perturbadores, que lhe dão a identidade do criminoso que aterroriza Paris com os seus crimes brutais. A estória é a de uma perseguição a uma certa ideia de Mal, e desenrola-se até um final surpreendente através da América do Sul. Num registo que faz lembrar uma outra das suas obras, e talvez a minha favorita “O Voo das Cegonhas”, Jean Cristophe Grangé, faz-nos embarcar numa jornada de acção ininterrupta, num enredo onde a floresta dos espíritos nos remete para uma realidade onde o Mal pode ser uma característica genética ancestral. É na busca dessa hipotética raiz da capacidade de infligir dor e medo, que o autor nos acompanha, na visão de uma jovem juíza decidida, por contraponto com a sua vida quotidiana, a emprestar um sentido de missão à investigação que empreende. Os livros de J.C. Grangé são sempre uma aposta certa, com um ritmo de acção acelerado e uma escrita que nos deixa quase hipnotizados e “agarrados” da primeira à última página. Sei que há um último romance dele que ainda não foi editado entre nós: “Miserere”, o qual, por tudo o que aqui tenho dito, aguardo com ansiedade. Para quem gosta de leituras fortes e de enredos com imaginação, mas sobretudo todos, como eu, que gostam acima de tudo que um livro os faça viajar. Estes certamente que o fazem. Boas Leituras!

PARA A SEMANA: O COMPLEXO DE PORTNOY de Philip Roth (D. Quixote)

NA MESINHA DE CABECEIRA:

EL INGENIOSO HIDALGO DON QUIXOTE DE LA MANCHA de Miguel de Cervantes y Saavedra

AS BENEVOLENTES de Jonathan Litell (D. Quixote)

O COMPLEXO DE PORTNOY de Philip Roth (D. Quixote)

PEREGRINAÇÃO DE ENMANUEL JHESUS de Pedro Rosa Mendes (D. Quixote)

A MÁQUINA DE FAZER ESPANHÓIS de valter hugo mae (Objectiva)

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Nonsense

O GNOMO (The Hobbit) de J.R.R. TOLKIEN (Livraria Civilização - Ed. 1962)

A DIVINA COMÉDIA de Dante Alighieri ( tradução de Vasco Graça Moura ) BERTRAND