“ O mal não deve ser imputado apenas àqueles que o praticam, mas também àqueles que poderiam tê-lo evitado e não o fizeram ” TUCÍDIDES Este é um livro que não se descreve com facilidade. São 900 páginas de leitura muitas vezes pesada pelo conteúdo, e demorada por factores vários. Jonathan Litell, opta por descrever pela memória de Max Aue, um Nazi confesso, oficial das SS, em discurso directo o percurso da II Guerra Mundial por este vivida. É uma descida ao mal, narrada por um actor no terreno que, é, ele próprio, um caso de amoralidade fora do comum. Litell escolhe, o que nem sempre se torna muito agradável, fazer descrições quase exaustivas da burocracia alemã, da nomenclatura militar e, na imaginada primeira pessoa de Aue encontramos presente uma vivência muito nitida do Holocausto. É, apesar de tudo um livro que não gera consensos, parece-me que, sobretudo pelo tamanho e não pela qualidade. Damos muitas vezes por nós a distrair da leitura pelo excesso de rigor descritivo, o que, ...