RAVELSTEIN de Saul Bellow (Quetzal)
“Uma vida bem escrita é quase tão rara como
uma bem vivida.” Thomas Carlyle
Autor e livro novos para mim. Saul Bellow, que, pelos vistos estranhamente
andava a perseguir não pela sua mais famosa “As Aventuras de Augie March” (que
também já me foi citada por várias vezes) mas de uma obra chamada “Seize the
Day” de 1965, a qual nem sei se está traduzida para português. Publicada ao que
(não) consegui apurar, não está. Enfim, dentro deste meu espirito de busca de
novidades onde estão sempre alguns autores e obras que vou recolhendo por
sugestão de amigos e conhecidos, estava Saul Bellow. Pois, sem o saber a minha
grande amiga Xana ofereceu-me este “Ravelstein” que, serviu, e de que maneira
para me iniciar em mais este caminho por um autor diferente. Se é novidade para
mim, também não é mais do que justo reconhecer que Saul Bellow é um nome grande
da literatura norte-americana, foi prémio Nobel da Literatura em 1976 e entre
outros galardões literários conseguiu também um Pullitzer. Ora, sem
absolutamente mais nada a que me agarrar em termos de referência, lancei
(literalmente) mãos à obra. E, a verdade é que se o incluo nesta coluna semanal
de sugestões é por tudo menos por favor. Gostei mesmo muito. Vou repetir-me uma
vez mais, mas é apenas mais uma confirmação de que o que me parecia
coincidência, se está lentamente a tornar num padrão evidente. Os autores que
mais aprecio ultimamente são todos maiores de idade, começou essa verificação
com o enorme J. Rentes de Carvalho, passou pelo Andrea Camilleri e, sem querer
ser exaustivo, está a continuar com Saul Bellow, que escreveu este “Ravelstein”
já bem entrado na idade. O livro em si é uma construção de uma personagem
peculiar, o próprio Ravelstein, biografado pelo seu melhor amigo Chick. A forma
como se descreve a personagem e o seu entorno é magnífica e ilustra, para mim
pelo menos, uma forma de escrita elevada e atenta. O melhor deste livro, está
no facto de se poder olhar o mundo pelos olhos de quem narra a história de uma
amigo. A personagem Ravelstein é de certa forma uma justaposição de muitas
outras, mas é através dela que o narrador (e também por sua vez Saul Bellow,)
nos dá uma visão abrangente de um mundo e uma forma de o viver que é de um
grande escrutínio social. Gostei e recomendo. E vou agora com outra força
tentar ler mais de Saul Bellow. Obrigado Xana ;) Boas Leituras! J
Na Mesinha De Cabeceira:
Kyoto de Yasunary Kawabata (Dom Quixote)
Bufo & Spallanzani de Rubem Fonseca (Sextante)
Rever Portugal de Jorge de Sena (Guimarães)
Uma Mentira Mil Vezes Repetida de Manuel Jorge Marmelo
(Quetzal)
O Ano do
Dilúvio de Margaret Atwood (Bertrand)
Comentários
de facto, não desconfiava que andavas à procura de um pretexto para ler Bellow. E fico tão contente que tenhas gostado! :)
É que, como te disse, foi uma escolha mesmo a pensar em ti!
Beijos, multiplicados por três :)
Xana