20.000 LÉGUAS SUBMARINAS de Júlio Verne (Europa-América)

"Sabemos o que somos, mas não sabemos o que poderemos ser” William Shakespeare
Enquanto a quadra festiva ainda se esbate e a disponibilidade para falar de novas leituras ainda não é a melhor, volto a sugerir leituras de sempre. E, na procura de quem ou o quê sugerir, reparo para meu grande espanto que ao cabo de mais de uma centena de sugestões não deixei aqui uma única linha sobre um dos meus autores mais influentes (quanto mais não seja porque foi dos primeiros e dos que mais contribuiu para me transmitir o saudável vicio da leitura. Júlio Verne. É quase escandaloso que o nunca tenha referido, não só porque durante muitos anos, onde se inclui a totalidade da adolescência até há bem pouco tempo, nunca deixei de o ler e reler. Faço esta sugestão com imenso prazer ao pensar nas inúmeras horas de grandes livros e ainda maiores aventuras que Verne nos deixou. Não vou aqui falar do visionário, do quase profeta, que levou o homem à lua, ao centro da Terra e às profundezas dos oceanos, vou falar do enorme e magnifico escritor que à antecipação dos cenários de um futuro que imaginou como poucos soube dar uma forma de contar que encantou, encanta e continuará a encantar gerações de leitores por esse mundo fora. Este 20.000 Léguas Submarinas, a exemplo de muitos outros dos seus livros, oferece-nos personagens que fazem elas próprias um género em si mesmo. Neste há uma que sobressai, que me perdoe o Ned Land, mas é o celebérrimo Capitão Nemo, uma construção de um caracter absolutamente primordial nas suas características. A história é mais ou menos conhecida, não tivesse sido repetidamente passada ao cinema e à televisão ao longo de décadas, mas o livro é absolutamente magistral. Há um registo moral que acompanha a obra no sentido da oposição aos regimes totalitários que se estivermos atentos a ele, por si só faz valer a pena revisitar esta obra magnifica. Porventura dirão que é uma obra que faz mais sentido ser conhecida e aconselhada em idades mais permeáveis à fantasia e à aventura, como felizmente para mim mantenho essa parte do meu apetite literário intacta, não hesito em aconselhar. Seja a primeira ou mais uma de muitas leituras é uma obra que faz falta em qualquer estante que se preze. 20.000 léguas de Felicidades para todos neste novo Ano de 2012 e, evidentemente, ……. Boas Leituras!

Na Mesinha De Cabeceira:
Kyoto de Yasunary Kawabata (Dom Quixote)
Guimarães no Século XX Vol. II de Raul Rocha (Povo de Guimarães)
Rever Portugal de Jorge de Sena (Guimarães)
O Escrivão Público de Tahar Ben Jelloun (Cavalo de Ferro)
Uma Mentira Mil Vezes Repetida de Manuel Jorge Marmelo (Quetzal)
O Homem Que Gostava de Cães de Leonardo Padura (Porto Editora)
O Ano do Dilúvio de Margaret Atwood (Bertrand)
A Contadora de Filmes de Hernán Rivera Letelier (Editorial Presença)
Nada a Temer de Julian Barnes (Quetzal)

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