MAIGRET & A AMIGA DE MADAME MAIGRET de Georges Simenon (ASA)


"Provamos através da lógica, mas descobrimos a partir da intuição." Jules Poincaré
 
A “Estante Acidental” regressa depois desta quinzena de interrupção estival, que, esperamos possa ter sido de férias para todos os que partilham o prazer da leitura. Nesta altura, por motivos vários e dos quais já por várias vezes aqui se tem falado, aparentemente lê-se mais. E isso é, no meu ranking das coisas boas, próximo do excelente. Não importa muito o que se lê, desde que se leia. Sei que haverá sempre quem conteste e com boa argumentação mas, há tempo para avançar para outros patamares. Importante é ler. E para tudo há um ponto de partida. Sei-o por experiência de anos a tentar incutir hábitos de leitura em tudo o que mexe à minha volta, a taxa de sucesso é bastante duvidosa, mas não desisto. A sugestão desta semana vem na sequência de um regresso estival a leituras de policiais mais antigos. Tenho até um amigo de leituras que está neste momento a revisitar a famosa “Coleção Vampiro”, tarefa de altíssimo gabarito. No entanto, de todos, os relativa, e os absolutamente famosos personagens saídos de romances policiais, nunca estaria a galeria minimamente composta sem a presença do Comissário Maigret, essa criação genial e intemporal de Georges Simenon. Não é uma personagem que os leitores mais jovens reconheçam com a facilidade que a minha geração o faz, não tenho notícia de nenhum remake televisivo das histórias de Maigret nem de reposições da série que no meu tempo passou, o que, claramente não ajuda à divulgação do nome. Mas a identificação do sobretudo, do chapéu, dos cachimbos e o estilo inconfundível do Comissário Maigret, continuam a fazer um género à parte no meu pequeno mundo de figuras do universo policiário. Criado por Simenon em 1929 Maigret é o personagem principal em nada menos que oitenta e quatro livros, este Maigret & a Amiga de Madame Maigret é publicado em 1950 e foi também um dos episódios adaptados para televisão. Da história, adianto apenas que começa com uma denúncia anónima e é de facto a Madame Maigret que vai contribuir para o aparecimento da pista certa para a resolução de mais este caso. De qualquer forma este titulo é apenas o pretexto, porque o que é bom é recuperar estas leituras, quaisquer que sejam. Maigret e Simenon merecem-no, e nós também. Para a semana falarei de um pequeno livro, delicioso, que cruzou o Atlântico por oferta de uma amiga que tem dedicado muito de si à divulgação das Artes e Letras, aguardem que valerá a pena!
Bom final de Agosto e… Melhores Leituras! J

Na Mesinha De Cabeceira:
O HOMEM DESPEDAÇADO de Gustavo Melo Czekster (Dublinense – Brasil)

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