A ESSÊNCIA DO MAL de Sebastian Faulks - ao estilo de Ian Fleming (Civilização Editora)
“Desde Stettin no Baltico até Trieste no Adriatico, uma Cortina de Ferro desceu sobre o Continente.” Winston Churchill (1946)
A pedido da familia de Ian Fleming, no passado dia 28 de Maio de 2008 (centenário do nascimento do autor de James Bond), foi lançado por Sebastian Faulks, este romance, que sequencialmente seria o décimo quinto das aventuras do mais famoso espião britânico, Bond, James Bond - 007. Sebastian Faulks é um dos autores mais lidos da Grã Bretanha, e, para mais fácil reconhecimento, é entre outro sucessos, autor do romance “Charlotte Gray” recentemente protagonizado no cinema por Cate Blanchett. Para ser absolutamente franco, de Ian Fleming li apenas o Dr. No (em Portugal “O Agente Secreto”) e apesar de já por várias vezes ter tentado encontrar outros titulos da saga Bond em português, só consegui localizar o Casino Royale e o Vive e deixa Morrer. Reportando-me à memória desse Dr. No, este Bond de Faulks parece menos “duro”. Mas é uma belíssima homenagem a essa personagem eterna e ao seu autor, tem ritmo, tem os habituais personagens da epopeia Bond, “M”, “Moneypenny”, “Felix Leiter” etc, etc, etc. Tem também as indispensáveis “bond girls”, neste caso gémeas, e um enredo com o caracteristico mega-vilão “Julius Gorner”, e que, também aqui, como em outros anteriores tem uma deformação fisica marcante. É um Bond na “essência”. Diferente do Bond dos filmes, o que aliás, sempre foi. Se me permitem aqui uma pequena “achega” cinéfila, e correndo o risco de os muitos fãs não concordarem comigo, pessoalmente considero os filmes com o Daniel Craig, os mais fieis ao espirito Bond, pelo menos na forma mais crua como os romances são escritos. Voltando ao livro “Devil May Care”, no original, Bond está aqui no seu melhor estilo, com muita acçao, ritmo, viagens, e o glamour de sempre, a sofisticaçao versus violência foi sempre uma das imagens de marca deste super espião com “licença para matar”. Há também a manutenção na integra das caracteristicas de Bond, os “innuendos” sexuais a arte de galantear e a frieza de emoções. Por ultimo, Faulks optou por situar a acção no principio dos anos sessenta, cronológicamente a seguir ao ultimo livro de Ian Fleming “Octopussy & The Living Daylights”, uma colectanea de contos, portanto no auge da Guerra Fria. Os cenários internacionais, levam-nos a Teerão no tempo do Xá e é aí, que, pessoalmente faço uma descoberta espantosa, há no romance um veiculo gigantesco, meio barco, meio avião. Que, de facto existe. O Ekranoplan , aconselho uma pequena pesquisa sobre este assunto, fiquei de facto fascinado com esse meio de transporte também conhecido como “o Monstro do Mar Cáspio”. Enfim, um livro para os fãs de Bond, os aficionados da literatura de espionagem e de Ian Fleming, sem excluir Faulks, evidentemente que toma bem conta da encomenda que lhe foi entregue. Até para a semana e .... Leituras. Boas Leituras! J
PARA A SEMANA: A MULHER CERTA de Sándor Márai (D. Quixote)
NA MESINHA DE CABECEIRA:
Continuam:
NO CORAÇÃO DE ÁFRICA de William Boyd (Casa das Letras)
A MULHER CERTA de Sándor Márai (D. Quixote)
CITAÇÕES E PENSAMENTOS DE FERNANDO PESSOA de Paulo Neves da Silva (Casa das Letras)
BIBLIOTECA DE ALEXANDRIA de Pablo de Jevenois (Esquilo)
O MONTE DOS VENDAVAIS de Emily Bronte
A ESTIRPE de Chuck Hogan e Guillermo del Toro
OS ANAGRAMAS DE VARSÓVIA de Richard Zimmler
Comentários
beijinho
No Brasil há traduções do Cassino royale; Moscou contra 007; 007 contra o satânico dr No; Viva e deixe morrer; os diamantes são eternos e o espião que me amava. Se quiser algum deles, te mando pelo correio ou levo na próxima viagem.
beijo
Acho que vou aproveitar e pedir mesmo essa "importação" literária.
Quando temos temos Zaclis em Portugal de novo?
Beijinho meu da Dalila e da Alexandra
voltarei em julho. Pode pedir que levarei com muito gosto. Tem bastante lugar nas malas.
Beijo para vovê e Dalila e muitos mimos para a Alexandra.