A MULHER CERTA de Sándor Márai
Sándor Márai, disseca e vai ao mais profundo das relações humanas, explora todas as vertentes e cambiantes daquilo que vemos uns nos outros e na forma como nos entregamos ou não. É um purista da linguagem, não encontramos um paragrafo a mais ou a menos, não sentimos que a obra fica aquém do que promete, muito pelo contrário. A temática do amor, da falta dele, da eminente mortalidade das personagens, os conflitos interiores cuja descrição destaco pela excêlencia, fazem deste autor e da sua obra uma verdadeira homenagem ao respeito pela verdadeira literatura. Este autor hungaro, tem uma vastíssima produção literária, cujo auge se situa nos anos 40 do século XX, e só não é mais conhecido, porque, tendo sido sempre um critico inconformado do regime comunista hungaro, viu as suas obras serem proibidas e ostracizadas por este, facto esse que o terá marcado até à morte por suicidio.
Que posso eu dizer, senão reconhecer após ter lido estes dois romances, que não seja, que se vê a consistência literária e moral deste autor. Que, e para mim não é indiferente a distinção, é um Escritor, na verdadeira acepção da palavra. Continuarei a procurar regressar ao que escreveu, porque mais do que escrever formalmente bem, é preciso conhecer as coisas de que se fala. E Sándor Márai conhecia-nos bem a todos. Boas Leituras!
PARA A SEMANA: A TROCA de David Lodge (Edições ASA)
NA MESINHA DE CABECEIRA:
Continuam:
NO CORAÇÃO DE ÁFRICA de William Boyd (Casa das Letras)
CITAÇÕES E PENSAMENTOS DE FERNANDO PESSOA de Paulo Neves da Silva (Casa das Letras)
INÉDITOS de Antoine de Saint Exupéry (Casa das Letras)
BIBLIOTECA DE ALEXANDRIA de Pablo de Jevenois (Esquilo)
O MONTE DOS VENDAVAIS de Emily Bronte
A ESTIRPE de Chuck Hogan e Guillermo del Toro
Comentários
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Com muito prazer aceito o convite, diga-me pois o que devo fazer para integrar o Mínimo Ajuste.
Ricardo