A CHAVE PARA REBECCA de Ken Follett (Bertrand)
“As
duas virtudes cardinais na guerra são a força e a fraude” Thomas
Hobbes
Livro
de 1980. A entremear leituras de outro fôlego, sinto por vezes
necessidade de algo mais descontraído. De algo mais no género
policial, thriller ou uma aventura qualquer que entretenha mais do
que obrigue a pensar. Sem querer catalogar de forma nenhuma, nem o
autor, nem a obra em questão, o facto é que é um daqueles livros
que, de tão bem escritos, com um ritmo tão intenso e com uma trama
bem estudada, nos proporcionam momentos de evasão e prazer. O que
faz de um livro um verdadeiro “page turner” como este? Há
decerto imensas receitas e outros tantos cursos de escrita mais ou
menos criativa que vendem essa receita. Para mim, no entanto o
segredo está sobretudo no ritmo. Na sequência de eventos, numa
logica de episódio que revela episódio e na maior parte das vezes
com um ou mais segredos ou mistérios em pano de fundo. Assim uma
espécie de armadilha mental, com numerosas iscas a atrairem o leitor
de evento em evento até ao desenlace final. Ken Follett é um nome
seguro no circulo restrito dos vendedores de topo. Muitos milhões de
livros vendidos, muitas obras adaptadas para pequeno e grande ecrân
( O Buraco da Agulha, ou mais recentemente o sucesso televisivo
tardio de “Os Pilares da Terra”, este de 1989), fazem com que, a
exemplo de alguns outros, este seja um nome que é bem visivel em
prateleiras e escaparates de grandes superficies, quiosques e lojas
de aeroporto. O que, se pensarmos melhor tem indiscutivel mérito.
Esta (re)edição de 2010, não deve por isso ser dificil de
encontrar. Um bom livro para acompanhar estes dias invernosos, de
preferência com boa luz e uma poltrona confortavel para pelo menos
fugir ao desespero que é a programação televisiva desta altura de
Festas. Não é este o livro que vos vai mudar a vida mas é
entretenimento garantido. E isso já é muito mais do que muitos se
podem gabar de produzir. E last but not the least, a Rebecca
aqui, é mesmo o livro de Daphne du Maurier, que Hitchcock tão
brilhantemente adaptou para o cinema em 1940. Feliz Natal a todos!Boa
Semana e Boas Leituras!!!
Na
Mesinha De Cabeceira:
MIRAGEM
DE AMOR COM BANDA DE MUSICA de Hernán Rivera Letelier(Quetzal)
ARCO-IRIS
DA GRAVIDADE de Thomas Pynchon (Bertrand)
A
CONSCIÊNCIA E O ROMANCE de David Lodge (ASA)
C
de Tom McCarthy (Editorial Presença)
O
JOGO DO MUNDO de Julio Cortázar (Cavalo de Ferro)
DIÁRIO
PARA ELIZA de Lawrence Sterne (Antígona)
O
HERÓI DISCRETO de Mário Vargas Llosa (Quetzal)
HISTORIAS
DE LOUCURA NORMAL de Charles Bukowski (Alfaguara)
ESTRADA
PARA LOS ANGELES de John Fante (ALFAGUARA)
AS
PRIMEIRAS COISAS de Bruno Vieira Amaral (Quetzal)
A
RAPOSA AZUL de Sjon (Cavalo de Ferro)
À
MESA COM KAFKA de Mark Crick (Casa das Letras)
LISBOA
(A cidade vista de fora 1933-1974) de Neil Lochery (Editorial
Presença)
ESCREVO
PARA AJUSTAR CONTAS COM A IMPERFEIÇÃO de Ricardo Guimarães (Modo
de Ler)
FUGAS
de Alice Munro (Relógio D´Àgua)
DEIXA
LÁ e MÁS NOVAS de Edward St Aubyn (Sextante Editora)
LIBRA
de Don DeLillo (Sextante Editora)
CRÓNICAS
DO AUTOCARRO de Manuel Jorge Marmelo (Ed. Autor by Oporto Lobers)
RELATÓRIO
DO INTERIOR de Paul Auster (ASA)
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