O HERÓI DISCRETO de Mario Vargas Llosa (Quetzal)

Um grande sacrificio é fácil, os pequenos sacrifícios contínuos é que custam.” Goethe

Devo confessar de início, que não sendo o primeiro livro de Mario Vargas Llosa em que peguei, foi o primeiro que terminei. Acontece-me, e penso que será razoável supor que à maioria também, encontrar por vezes obras, que por um ou outro motivo, não conseguimos terminar. Tento sempre, ainda que por vezes a leitura passe de algo muito gratificante para perto do que se costuma chamar sacrifício, tento sempre fazer força para avançar em alguns livros, ou em alguns capítulos que teimam em não me oferecer motivo de interesse. Nem sem consigo. O que, também não é rótulo definitivo, nem para a obra em questão e muito menos para o respectivo autor. É mais do que frequente que a obra literária não seja sempre ao mesmo nível. Abundam os exemplos de autores de um único livro bom. Não é certamente o caso de Mario Vargas Llosa, apenas terei encetado a viagem pelo trajecto errado. Acontece. Já este “O Herói Discreto”, agradou-me muito. Quer no conteúdo, quer na forma. Duas histórias aparentemente sem relação construidas com base em personagens muito bem elaboradas até ao cruzamento entre ambas. Um retrato bem conseguido a todos os níveis, com uma forma de desenhar os diálogos muito pouco comum, mas de um efeito excelente, com constantes avanços e recuos e integrando a própria acção nas falas dos personagens. Difícil concerteza mas conseguido na totalidade, quase se não dá por isso. Um livro muito bom, com ritmo e de leitura quase compulsiva. E para terminar mais uma personagem a reter, Edilberto Torres. Para tirar dúvidas...é ler.
Boa Semana e Boas Leituras!!!
Na Mesinha De Cabeceira:
MIRAGEM DE AMOR COM BANDA DE MUSICA de Hernán Rivera Letelier(Quetzal)
ARCO-IRIS DA GRAVIDADE de Thomas Pynchon (Bertrand)
A CONSCIÊNCIA E O ROMANCE de David Lodge (ASA)
C de Tom McCarthy (Editorial Presença)
O JOGO DO MUNDO de Julio Cortázar (Cavalo de Ferro)
DIÁRIO PARA ELIZA de Lawrence Sterne (Antígona)
A RAPOSA AZUL de Sjon (Cavalo de Ferro)
À MESA COM KAFKA de Mark Crick (Casa das Letras)
LISBOA (A cidade vista de fora 1933-1974) de Neil Lochery (Editorial Presença)
ESCREVO PARA AJUSTAR CONTAS COM A IMPERFEIÇÃO de Ricardo Guimarães (Modo de Ler)
FUGAS de Alice Munro (Relógio D´Àgua)
DEIXA LÁ e MÁS NOVAS de Edward St Aubyn (Sextante Editora)
LIBRA de Don DeLillo (Sextante Editora)
TELEFÉRICO DA PENHA (IMAGINÁRIO E REALIDADE) de Esser Jorge Silva (Edições Húmus)
CRÓNICAS DO AUTOCARRO de Manuel Jorge Marmelo (Ed. Autor by Oporto Lobers)
RELATÓRIO DO INTERIOR de Paul Auster (ASA) 

Comentários

Joaquim Ramos disse…
Muito interessante o seu comentário sobre livros de difícil digestão. Está-me a acontecer com os Contos da Clarice Lispector...mas persisto...sem prazer. Já quanto a Vargas Llosa tive uma entrada triunfal: Travessuras da Menina Má, que passou directamente para o meu top ten. Muito obrigado. Um abraço.

Mensagens populares deste blogue

Nonsense

O GNOMO (The Hobbit) de J.R.R. TOLKIEN (Livraria Civilização - Ed. 1962)

A ARTE DA ALEGRIA de Goliarda Sapienza (D. Quixote)