"Os verdadeiros para í sos s ã o os para í sos que se perderam." Marcel Proust Os recursos tecnológicos disponíveis deixam me ao dispor apenas um IPad para escrever a crónica desta semana. Pouca ou nenhuma rede no local se onde escrevia dificultaram de certa forma o modo de fazer chegar esta crónica aos destinatários, no entanto com um pouco de engenho e os "gadgets" certos a coisa resolveu-se. De férias em parte incerta resolvi sugerir uma leitura mais arriscada. Uma leitura à qual só recentemente temos acesso com tradução em português. E é um facto que remete para algo que foi durante muito tempo um verdadeiro problema para quem lê em Portugal. Refiro-me à escassez de clássicos traduzidos que durante muito tempo, e falo por mim, toda a minha adolescência e parte da idade adulta enfrentei dificuldades acrescidas para ler obras de clássicos italianos, gregos ou mesmo alguns autores de séculos mais próximos, que, ou lia no original, o que, convenhamo...
“Só a fantasia permanece jovem; o que nunca aconteceu nunca envelhece” Friedrich Schiller ilustração de António Quadros Antes de contar a estória no livro, deixem-me contar a estória deste livro. Esta edição do Gnomo de Tolkien (ou “The Hobbit”, no original), foi oferecida à minha irmã como sendo um livro infantil, seria eu na altura um adolescente. Li-o, confesso, pelo bom aspecto da capa. E foi uma espantosa surpresa. Foi um dos primeiros livros na minha vida que realmente teve algum impacto em mim. Estava na altura, muito longe de saber que estava a ler, pela primeira vez, aquele que se iria tornar passados alguns anos num dos meus autores de eleição. Falar de Tolkien e da sua obra é tarefa que não cabe aqui, e duvido mesmo que haja quem a abarque na sua totalidade, tal é a riqueza e diversidade dos seus universos. Mas, para quem, acompanhou a trilogia d´”O Senhor dos Aneis”, recomendo vivamente “O Gnomo”, é cronológicamente anterior na vida da Terra Média. Acompanhamos Bilbo Baggin...
Comentários