ASSASSINATOS NA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS de Jô Soares (Editorial Presença)

Feliz reencontro com um autor de poucos livros publicados. Para inicio de conversa adiantamos já que sim, este é o Jô Soares humorista, o de “Viva o Gordo” e dono de um dos talk shows mais influentes e antigos da TV brasileira. Tinha já lido em tempos o seu primeiro romance, do qual aliás fiquei com excelente impressão, e que aproveito aqui para também sugerir: “O Xangô de Baker Street”, uma deliciosa aventura de Sherlock Holmes no Brasil, escrita com humor e inteligência. Uma boa homenagem a Sir Arthur Conan Doyle, sem dúvida. Resolvi entretanto ir em busca de mais dois livros de Jô Soares, e do primeiro aqui estou a dar conta. Este “Assassinatos na Academia Brasileira de Letras” é mais um excelente romance policial. Num estilo muito próprio ao qual não é nada alheia a veia humorística do autor e a sua particular boa disposição. O tema versa sobre a ascensão às cadeiras da Academia Brasileira de Letras e o que, de certa forma, todos os interessados estão na disposição de fazer para atingir. É uma obra que ironiza com mestria sobre a condição humana, sobretudo a vaidade. Os crimes e a estrutura do livro são muito bem conseguidos. Há uma galeria de personagens perfeitamente credível, e um herói muito bem conseguido. O Comissário Machado Machado, assim mesmo, Machado de nome e Machado de apelido, assim baptizado por seu pai em homenagem a Machado de Assis, autor que o nosso Comissário cita em abundância. Os crimes, a sua sequência, os locais onde ocorrem, e acima de tudo, a “colagem” ao livro que leva a personagem do senador Belizário Bezerra a ser aceite na Academia de Letras, cujo tema é precisamente o assassinato dos membros da Academia, “coze” toda a trama e dá-nos um livro muito bem conseguido. Muito bem escrito, com muito humor e inteligência. Um policial que não se consegue parar de ler, da primeira à última página. Recomendo vivamente! Boas Leituras!

Na Mesinha De Cabeceira:

As Benevolentes de Jonathan Litell (D. QUIXOTE)

A Amante Holandesa de J. Rentes de Carvalho (QUETZAL)

O Homem que matou Getúlio Vargas de Jô Soares (EDITORIAL PRESENÇA)

Deve-se deixar a vaidade aos que não tem outra coisa para exibir” HONORÉ DE BALZAC


Comentários

Bípede Falante disse…
Ricardo, um feliz natal para você :)
beijos

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