Acidentalmente chegamos às Cem!


"Eu sempre imaginei que o paraíso deve ser algum tipo de biblioteca” Jorge Luis Borges
Esta semana esta coluna chega à sua centésima edição. Fizeram-se aqui mais ou menos o mesmo número de sugestões de leitura. Dentro do aleatório que é aquilo que tenho vindo a ler, ou coisas mais antigas cujo prazer de ler me apeteceu partilhar. O número em si, não significa nada, mas é uma boa oportunidade para falar um pouco da minha relação com os livros. Uma boa porção daquilo que sou hoje devo-o ao que li. Muito mais do que o que vivi por mim, grande parte da experiência de vida que me acompanha tomei-a emprestada de muitos e bons contadores de histórias. Hoje, talvez seja mais difícil acompanhar (e sobretudo escolher) tudo o que de bom vai sendo publicado. Numa lógica de “publish or die” que vem a ser o grande lema de editores e livreiros, temos as estantes das livrarias, as de facto e as virtuais, positivamente vergadas ao peso de muita coisa que não vale o papel em foi impressa. A selecção nunca é fácil de fazer. Passa muito pelo que me vão dizendo e indicando os meus amigos e companheiros de leitura. A todos eles, devo muito. Uma boa sugestão de leitura tem para mim um valor incomparável. É verdade que como toda a gente que lê tenho os meus favoritos, aqueles autores de quem se espera a próxima obra com a expectativa de quem vai rever um amigo ausente. E que normalmente não me desiludem. Não sei muito bem o que é um bom livro. É de certeza uma perspectiva individual, tão certo como um livro é uma história diferente para cada um que o lê. Ao contrário do cinema ou do teatro em que vemos o que nos é mostrado, um livro dá-nos a todos e a cada um a liberdade de construirmos os nossos cenários e personagens de acordo com o nosso próprio mapa mental. É por isso que somos tão diferentes e individuais quando postos em frente de uma mesma obra, porque a vemos e sentimos de forma absolutamente diversa. Esta semana, aproveitando descaradamente este pseudo centenário não vou sugerir nada em particular. Parece-me sobretudo importante que se vá introduzindo aos poucos nos outros uma maior paixão pelos livros e pela leitura. Não sei se esse é um papel da Escola, dos Pais ou da Sociedade, mas é de certeza O papel da Educação. Quanto mais e melhor lemos, mais armas possuímos para nos defendermos. A vida não está de certeza toda nos livros, mas que sem eles faria menos sentido, disso não tenho a mais pequena dúvida. Assim, cá voltarei para a semana, já não para verter algumas banalidades acerca de livros e leituras como hoje, mas para fazer o que, afinal aqui sempre me propus, partilhar aquilo que tenho lido e gostado. Obrigado a todos que de uma forma ou outra me fazem sentir que vale a pela ler e partilhar. Abraços e Boas Leituras!

Na Mesinha De Cabeceira:
Kyoto de Yasunary Kawabata (Dom Quixote)
Ferrugem Americana de Philipp Meyer (Bertrand)
O Ladrão que Estudava Espinosa de Lawrence Block (Cotovia)
Rever Portugal de Jorge de Sena (Guimarães)
O Escrivão Público de Tahar Ben Jelloun (Cavalo de Ferro)
Uma Mentira Mil Vezes Repetida de Manuel Jorge Marmelo (Quetzal)
Porno Popeia de Reinaldo Moraes (Quetzal)

Comentários

Fernando Lopes disse…
Um centenário, seja lá do que for, é sempre de comemorar! Cem sugestões de leitura, e, cem livros lidos e analisados é, por si só, um feito!
Venham mais cem que a estante aguenta!

Abraço,
Ricardo disse…
Thanks my dear friend! Talvez um dia esta "estante" tenha o prazer e o privilégio de ter um livro escrito por ti...
Grande Abraço e Obrigado!
Bípede Falante disse…
Parabéns :) Que esse cem multiplique-se!!!! beijos :)
Miguel Pestana disse…
VIVA!
Parabens!
Continue.

Boas leituras
Ricardo disse…
Obrigado Meus Amigos, pela força e motivação! Beijo, Abraço e Boas Leituras!

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