O Ladrão que Estudava Espinosa de Lawrence Block (Livros Cotovia)
"O roubado que ri furta algo ao seu
ladrão” William Shakespeare
Há já algumas edições que aqui não se sugeria
um policial. É, como se pode concluir da percentagem assinalável de sugestões do
género, uma das minhas leituras favoritas. Este de que se fala hoje foi-me
recomendado ( e dado a ler, valha a verdade…) pelo meu bom amigo Miguel Bastos,
vimaranense dos sete costados emigrado em terras do Vale do Sousa. E a verdade
toda é que até agora não tem falhado um único tiro, este não foi a excepção.
Lawrence Block é um autor consagrado ne género, que apesar de tudo me era
completamente desconhecido. São os casos em que mais prazer tiro da leitura,
quando não conheço absolutamente nada do autor e a expectativa está somente ao
nível da recomendação. Posso-vos dizer que gostei, apesar de também me ter sido
dito que haverá obras menos conseguidas por Lawrence Block, esta não é
certamente uma delas. De qualquer forma, como tenho o hábito de fazer, vou mais
uma vez desfiar o novelo das obras deste autor e estarei atento ao que me
aparecer. Lawrence Block tem enorme sucesso com, sobretudo, duas personagens
diferentes nos seus romances uma é um ex-policia alcoólico Matthew Scudder,
cujos livros decorrem num ambiente mais pesado e Bernie Rhodenbarr, o simpático
e urbano ladrão que é a personagem principal deste “Ladrão que estudava
Espinosa”. É um registo realmente ligeiro este onde se move Bernie e a sua
parceira Carolyn, que fazendo justiça ao dito “ladrão que rouba ladrão…” rouba
a namorada a Bernie. Neste livro, e nas obras em que Rhodenbarr é o
protagonista, cabe-lhe normalmente provar a sua inocência num crime que não
cometeu, e neste, em particular, tem que provar que é tão somente um simples
ladrão e não um assassino. É uma trama bem montada, que só se revela
completamente nas ultimas páginas, na melhor tradição da escrita policiária.
Personagens interessantes, um enredo na melhor tradição policial e algum humor,
fazem deste livro uma boa companhia para algumas horas. Um livro já de 1980, e
que, repito, me vai obrigar a mais uma busca de novas obras deste autor que me
despertou definitivamente a curiosidade. Boas Leituras!
Na Mesinha De Cabeceira:
Kyoto de Yasunary Kawabata (Dom Quixote)
Ferrugem Americana de Philipp Meyer (Bertrand)
Rever Portugal de Jorge de Sena (Guimarães)
O Escrivão Público de Tahar Ben Jelloun (Cavalo de Ferro)
Uma Mentira Mil Vezes Repetida de Manuel Jorge Marmelo
(Quetzal)
Porno Popeia de Reinaldo Moraes (Quetzal)
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