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AS PRIMEIRAS COISAS de Bruno Vieira Amaral (Quetzal)

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“ Aqui não andam só os vivos – andam também os mortos. A humanidade é povoada pelos que se agitam numa existência transitória e baça, e pelos outros que se impõem como se estivessem vivos. Tudo está ligado e confundido. Sobre as casas há outra edificação, e uma trava ideal que o caruncho rói une todas as construcções vulgares. Debalde todos os dias repelimos os mortos – todos os dias os mortos se misturam à nossa vida. E não nos largam.” Raúl Brandão Prosseguindo nestas ultimas semanas num ritmo muito apreciável de leituras, fui, como muitas vezes faço, procurar uma obra nova que viesse bem recomendada. Esta vinha com apresentação de José Rentes de Carvalho que, a juntar ao imenso prazer que tenho tido em ler a sua obra, também nos seus conselhos de leitura e indicações ainda não me falhou uma única vez. E, devo afirmar desde já, não só concordo com tudo o que Rentes de Carvalho deste livro nos diz como devo reforçar o tom. Há já algum tempo que nada escrito por e em português d...

A CHAVE PARA REBECCA de Ken Follett (Bertrand)

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“ As duas virtudes cardinais na guerra são a força e a fraude” Thomas Hobbes Livro de 1980. A entremear leituras de outro fôlego, sinto por vezes necessidade de algo mais descontraído. De algo mais no género policial, thriller ou uma aventura qualquer que entretenha mais do que obrigue a pensar. Sem querer catalogar de forma nenhuma, nem o autor, nem a obra em questão, o facto é que é um daqueles livros que, de tão bem escritos, com um ritmo tão intenso e com uma trama bem estudada, nos proporcionam momentos de evasão e prazer. O que faz de um livro um verdadeiro “page turner” como este? Há decerto imensas receitas e outros tantos cursos de escrita mais ou menos criativa que vendem essa receita. Para mim, no entanto o segredo está sobretudo no ritmo. Na sequência de eventos, numa logica de episódio que revela episódio e na maior parte das vezes com um ou mais segredos ou mistérios em pano de fundo. Assim uma espécie de armadilha mental, com numerosas iscas a atrairem o leitor de...

UMA COISA SUPOSTAMENTE DIVERTIDA QUE NUNCA MAIS VOU FAZER de David Foster Wallace (Quetzal)

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“ Talvez somente os génios sejam verdadeiros seres humanos” Aldous Huxley Termina-se este livro com uma sensação que nunca nos abandona ao longo da sua leitura, a de termos sido tocados pelo verdadeiro génio. O enorme talento de David Foster Wallace, a par da sua inestimável perda prematura para a literatura, pode ser abordado nesta colectanea de artigos (ensaios e reportagens para várias publicações) como um ponto de partida para aceder, por exemplo a “A Piada Infinita” já aqui sugerida. São, de facto, nove textos que ajudam, e muito, a compreender a forma como o autor escrutinava o que o rodeava. É notória a sensação de que o universo mental de David Foster Wallace, muitas vezes se expande para além do que achamos normal, na forma como observa e descreve realidades e temas tão diversos como uma viagem de recreio, a figura de David Lynch, ou como constrói um genial discurso a finalistas. Os textos aqui reunidos incluem o que dá o titulo ao livro “Uma coisa divertida que nunca...

NOITES EUROPEIAS (Uma História das Competições Europeias de Clubes 1897-2013) de Miguel Lourenço Pereira e João Nuno Coelho (Amor à Camisola)

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“ Tanto quanto sei com maior certeza sobre a moral e as obrigações dos homens devo-o ao futebol” Albert Camus Este livro, mais um do João Nuno Coelho, desta vez em parceria com Miguel Lourenço Pereira, marca também a estreia de uma nova editora, a Amor à Camisola, que tem sede em Guimarães, cidade que, em boa hora, o João Nuno escolheu para viver, não abandonando nunca, é certo também, o Porto do seu coração. Esta é uma sugestão fácil de fazer. É um livro absolutamente indispensável em qualquer estante do verdadeiro adepto, informado e interessado pelo futebol, sua história e evolução enquanto fenómeno que se transcende para além do  domínio  meramente desportivo. Assim, juntos os dois autores, um historiador e um sociólogo, traçam o rumo do “beautiful game” desde as origens dos confrontos europeus de Clubes até à actualidade. O livros está dividido em seis partes: “Tardes Europeias” (1898-1955)”, “Comunidade Europeia do Futebol” (1955-1970), “Ascenção e Queda” (19...

O Teleférico de Guimarães contado por Esser Jorge

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Mais um dos livros acerca dos quais falarei com mais detalhe muito em breve.

Doces de Natal!!!

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Mais três livros deliciosos no sapatinho, e um quarto que ainda não foi lançado publicamente (e que devo manter em segredo) e que me está a encantar!!! Ho Ho Ho!!!

Escrevo para ajustar contas com a imperfeição

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O segundo livro de poesia do Ricardo Guimarães, a cujo lançamento fui e onde assisti a uma brilhante apresentação por parte do Miguel Bastos. Dois companheiros de muitas outras aventuras...

Um livro especial

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Um livro especial, mais uma vez oferecido por um amigo extraordinário, a quem muito devo em termos de descobertas de leitura e de partilha de gostos literários... (e muito felizmente, não só...) o Grande Fernando Lopes, que me deixou cá em casa esta 1ªEdição Limitada a 100 exemplares assinados pelo autor. Amigo é a família que se pôde escolher!!!

Livros em Dezembro

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Ainda antes (poucas horas) do Natal, e com sete sugestões de leitura que vou aqui partilhar dentro de dias, tenho mais estes para entrar em 2014 em grande....

Noites Europeias

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Uma obra de referência, indispensável ao adepto verdadeiramente interessado e informado sobre o fenómeno futebol. E a acrescer, mais um livro excelente do meu Grande Amigo João Nuno Coelho!!!

A QUESTÃO FINKLER de Howard Jacobson (Porto Editora)

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“Lá onde a identidade individual se apaga não há punição nem recompensa” Ernst Junger Este livro foi o vencedor do Man Booker Prize de 2010. Com respeito a prémios, fico muitas vezes a pensar na infinita e talvez relativa injustiça de se proceder a uma escolha entre muitas obras que todos os anos chegam aos leitores. Tem no entanto a vantagem, os prémios, de conceder ao respectivo titular uma exposição alargada e de dar à obra uma dimensão que de outra forma demoraria talvez muito mais, ou mesmo que nunca chegaria a obter. Quanto a saber se há ou não outros livros melhores, não tenho dúvidas que sim, até porque um prémio pressupõe uma escolha, que e sempre mais ou menos guiada por um conjunto de opiniões pessoais por parte de quem selecciona e atribui. Não estando este processo particularmente em causa, começo por dizer que este é um livro de fácil inclusão numa qualquer “shortlist”. Tem argumentos válidos para isso. A começar no factor que realmente importa, a qualidade da escr...

October Harvest

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O LIVREIRO de Mark Pryor (Clube do Autor)

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“O livro é um animal vivo” Aristóteles Prosseguindo nestas ultimas semanas num ritmo apreciável de leituras muito variadas, sugiro esta semana uma “refeição mais leve”. Este O Livreiro, é uma das escolhas que faço por vezes guiadas apenas pelo aspecto da capa e pela possibilidade de uma boa história. Venho a saber pelo próprio livro que se trata de um primeiro romance deste autor. E, há que o dizer, cumpre exemplarmente a tarefa a que se propõe. Entreter. O argumento, que é bastante cinematográfico, é bastante interessante, e comporta no seu essencial algo que sempre me fez inclinar para algumas obras. A peça central da trama é um livro. Neste caso serão até vários, mas o ambiente, sempre próximo aos bouquinistes que, em Paris nas margens do Sena, fazem esse interessantíssimo comércio livreiro, é bastante interessante, e se se pode pensar, revela também a faceta de bibliófilo do próprio autor. Não é certamente a obra que nos vai mudar a vida, mas é bem pensado, bem escrito, com ...

UNHA COM CARNE de Elmore Leonard (Teorema)

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“Ladrão: nome vulgar para um individuo com sucesso em obter a propriedade dos outros” Ambrose Bierce Ando em fase de novidades. Na passada semana John Fante, e esta na verdade, o meu primeiro Elmore Leonard. Provavelmente o impulso final para a leitura aconteceu com a infeliz noticia do seu falecimento no passado mês de Agosto. A sua longa e profícua carreira de escritor, com mais de quarenta romances e vários argumentos cinematográficos, a par de muitas e excelentes referências, quer da critica, quer de amigo, andavam a tornar esta leitura num adiar penoso para mim. É, para quem vem acompanhando estas pequenas indicações de leitura, bem sabido que uma das minhas principais e favoritas formas de entretenimento literário o policial, nas suas mais diversas vertentes. Desde o clássico, descubra o autor do crime, até aos thrillers de raiz mais diversa. Este “Unha Com Carne” é um desses thrillers, com uma história onde entram, ao que é apregoado na badana do livro, personagens de obr...

O PALÁCIO DA MEIA-NOITE de Carlos Ruiz Zafón (Planeta)

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“Fazer troça da Filosofia, é, na verdade, filosofar” Pascal Há na escrita de Carlos Ruiz Zafón uma dimensão mágica, uma realidade alternativa que faz com que busquemos dentro de nós a fantasia que nos deixa entrever nos seus enredos e tramas. Este livro “O Palácio da Meia-Noite, de 1994, é o seu segundo romance e é, nas suas próprias palavras em nota de autor nesta edição da Planeta, um dos seus romances “juvenis”. Não sei se o rótulo é correto. Nem, com grande franqueza, tem isso grande interesse. O que a mim, salvo melhor opinião me faz correr atras de um livro ou de um autor não e a classificação (e na maior parte das vezes alguma critica especializada também), é sobretudo a continuidade. Mantenho, como a grande parte dos leitores, uma curiosidade grande em conhecer o máximo da obra dos escritores que por este ou aquele motivo me agradam. O percurso do leitor é normalmente o inverso daquele percorrido pelos autores, já que, na maior parte dos casos se começa pela obr...